Com turismo desaquecido, gastos no exterior têm pior setembro desde 2004
As despesas de brasileiros no exterior em setembro despencaram 77,3%, ante o mesmo mês do ano passado, totalizando US$ 301 milhões
As despesas de brasileiros no exterior em setembro despencaram 77,3%, ante o mesmo mês do ano passado, totalizando US$ 301 milhões. Seguindo a tendência dos meses anteriores, o resultado é o menor para meses de setembro desde 2004, sinalizando que o setor de turismo continua desaquecido em meio as crises econômica e sanitária, causadas pela pandemia de Covid-19.
Os números são da nota de Setor Externo, divulgada pelo Banco Central nesta sexta-feira (23). Vale destacar que além do fechamento de fronteiras por causa da pandemia, a alta do dólar e a tensão econômica em meio as incertezas também contribuem para o desaquecimento do turismo, especialmente o estrangeiro.
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No acumulado de janeiro a setembro, as despesas dos brasileiros no exterior somam US$ 4,411 bilhões. O valor é 66,9% inferior ao registrado no mesmo período de 2019.
Despesas estrangeiras no Brasil
Na mesma linha, os gastos de estrangeiros com viagens para o Brasil recuaram 59% em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2019. As viagens de estrangeiros ao Brasil somaram US$ 164 milhões em receitas.
No ano, os turistas estrangeiros gastaram US$ 2,382 bilhões no Brasil. O número mostra recuo de 47% em relação ao mesmo período do ano passado.
Com a queda de ambos, gastos estrangeiros no país e gastos de brasileiros no exterior, o desempenho da conta de serviços de viagens do acumulado de 2020 melhorou 85,1% na comparação com o mesmo período de 2019. Isso porque antigamente os brasileiros gastavam muito mais recursos no exterior do que os estrangeiros no Brasil.
De janeiro a setembro, a conta de viagens registrou déficit de US$ 2,029 bilhões. Somente em setembro, a despesa de brasileiros no exterior foi US$ 138 superior às despesas de estrangeiros no país.
Contas externas
As contas externas do Brasil registraram superávit de US$ 2,320 bilhões em setembro. O valor representa uma melhora significativa em relação ao rombo de US$ 2,727 bi no mesmo mês de 2019.
O resultado foi influenciado, principalmente, por uma melhora na balança comercial do mês, que avançou cerca de 65,7% ante setembro do ano passado.
Resultado de US$ 18,485 bilhões em exportações e US$ 13,130bilhões em importações, a balança comercial foi superavitária em US$ 5,355 bilhões em setembro. No mesmo mês de 2019, o superávit foi de US$ 3,231 bi.
A conta de transações correntes é formada pela balança comercial, pelos serviços adquiridos por brasileiros no exterior e pelas rendas, ou seja, remessas de juros, lucros e dividendos do país para o exterior. Para este ano, a previsão do Banco Central é de um rombo de US$ 57,7 bilhões nas contas externas brasileiras.
Investimentos
O Investimentos Direto no País (IDP) somou US$ 1,597 bilhões em agosto. No mesmo do ano passado, o IDP registrou US$ 6,033 bilhões. Ou seja, os investimentos no país recuaram 73,5% na comparação anual.
Ate setembro, o IDP acumula US$ 28,554 bilhões. Para o total de 2020, o BC projeta que o IDP feche em US$ 80 bilhões.
Além do retorno de investimentos brasileiros no exterior, o IDP é formado por recursos da participação no capital e por empréstimos diretos concedidos à filiais de empresas multinacionais no país.
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