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    Cidade de São Paulo recebe 5G nesta quinta-feira (4); veja o que muda com a tecnologia

    Capital paulista é quinto município brasileiro a implementar nova geração da telefonia móvel - mais veloz e com menos latência que antecessoras

    Fabrício Juliãodo CNN Brasil Business , em São Paulo

    Um mês após sua estreia no Brasil, o 5G chega a São Paulo nesta quinta-feira (4). A capital paulista é a quinta cidade a ter a tecnologia em funcionamento no país. Antes, Brasília, Belo Horizonte, João Pessoa e Porto Alegre implementaram a última geração da internet móvel em seus territórios.

    A partir desta quinta, as prestadoras que adquiriram a faixa de 3,5 GHz na licitação do 5G, que ocorreu no fim do ano passado, já podem ativar as estações com a tecnologia.

    Nesta primeira fase, em São Paulo, seriam necessárias, no mínimo, 462 estações ativadas até o dia 29 de setembro, data que também foi estabelecida pela Anatel para que todas as capitais brasileiras estejam com a tecnologia liberada.

    A Anatel disse que até esta terça-feira (2) recebeu 1.378 pedidos de licenciamento na faixa de 3,5 GHz no município paulista – quase o triplo do que foi considerado necessário inicialmente.

    Este número de pedidos de licenciamento de estações para a ativação do 5G representa cerca de 30% do total de estações atualmente ativas (4.592). Com isso, o grupo Gaispi estimou a cobertura em 25% da área urbana de São Paulo.

    A maior concentração de antenas está no Centro Histórico, na região da Avenida Paulista e no Itaim Bibi. Já os bairros da Aclimação, da Mooca e do Brás, por exemplo, terão cobertura menor no início do processo.

    A decisão de aprovar a antecipação da liberação do uso da faixa de radiofrequências de 3.300 MHz a 3.700 MHz, também conhecida como faixa de 3,5 GHz, foi tomada nesta terça-feira (2), durante a 4ª Reunião Extraordinária do Gaispi.

    As próximas cidades que devem receber o 5G são Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador e Goiânia, de acordo com a Anatel.

    Como funciona o 5G?

    O 5G, ou a quinta geração da telefonia móvel, é a nova tecnologia de transporte de dados em rede envolvendo dispositivos móveis. Ela é a sucessora das gerações anteriores, o 4G, 3G, 2G e 1G.

    Essas tecnologias funcionam através das chamadas “faixas”, que atuam como “avenidas” para a transmissão de dados, só que pelo ar. É por meio delas que o serviço será prestado. À CNN Brasil, o especialista em tecnologia Arthur Igreja explicou que o 5G permitirá novas conexões em uma pista “exclusiva” e com mais benefícios.

    “Imagina uma faixa da estrada com veículos rápidos e veículos juntos. Ela seria nivelada por baixo. Agora, foi liberada essa ‘pista’ para veículos ultra-velozes com o 5G puro. Estamos falando de aparelhos que deverão ter antenas diferentes, além de antenas instaladas em diversos pontos da cidade, pavimentando essas rodovias”, destacou o especialista.

    “Por conta dessas instalações, o 5G vai demorar para ser implementado no país todo. No começo, nós vamos experimentar muito o sentimento de ter que trocar de pista, pois o usuário pode estar em uma região da cidade que não tem a antena”, acrescentou.

    O que muda?

    Em algumas regiões do Brasil, o 5G já compartilha a faixa de transmissão com o 4G, mas isso faz com que ele não seja pleno. Isso mudou desde mês passado, quando Brasília anunciou a implementação do “5G puro”.

    O 5G tem diferenças significativas para com o 4G e as outras tecnologias de internet móvel anteriores. Entre as principais delas estão a velocidade e baixa latência.

    Segundo Eduardo Neger, presidente da Associação Brasileira de Internet (Abranet), a conexão mais veloz permite uma resolução e qualidade melhores de imagem e som em vídeos.

    Além disso, a baixa latência também é um ganho para os usuários que desejam conteúdos mais rápidos e sem ter que lidar com atrasos e pausas bruscas durante algum programa que estiver assistindo, por exemplo.

    “A latência é o atraso no tempo de resposta de um aparelho, aplicativo ou site”, explicou Neger. “Quando a resposta da rede é mais rápida, você consegue fazer coisas como cirurgias a distância ou operar máquinas e veículos autônomos”, disse.

    Segundo os especialistas, também será possível melhorar os serviços que usufruem de Internet das Coisas, desde sistemas de pagamentos até a viabilização de carros autônomos.

    Outras alternativas são soluções para serviços públicos, como o acompanhamento de consumo de água ou de lâmpadas de postes.

    A velocidade e a latência do 5G ainda devem beneficiar atividades como a telemedicina e o agronegócio, com a melhoria das aplicações em tempo real nestes setores.

    “Nós temos uma série de aplicações em tempo real que não podem ter esse atraso. Ou seja, imagina um médico realizando uma cirurgia à distância manipulando um braço robótico, ele precisa ter uma precisão absoluta, um feedback instantâneo”, destacou o especialista em tecnologia Arthur Igreja.

    Já para o agronegócio, a redução da lentidão entre as redes permitirá uma melhor operação à distância de maquinário pesado, com mais suporte à conexão entre os dispositivos.

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