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    Cenário hídrico é muito diferente do de 2001, ano do apagão, diz ministro à CNN

    O ministro fez a comparação ao ser questionado pelo apresentador William Waack sobre uma declaração do presidente da Câmara, Arthur Lira

    do CNN Brasil Business, em São Paulo

     

    O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse nesta quarta-feira (16), em entrevista à CNN, que o cenário de crise hídrica no qual o Brasil está entrando hoje, diante da pior seca dos últimos 90 anos, é “totalmente diferente” do enfrentado em 2001, com a crise do apagão. 

    “A situação de 2021 é completamente diferente da de 2001, quando não tínhamos o sistema interligado que temos hoje. As linhas de transmissão duplicaram desde então. Nossa matriz elétrica em 2001 era muito mais dependente das hidrelétricas, cerca de 85%. Hoje, esse número é de 61%”, diz.

     

    O ministro fez a comparação ao ser questionado pelo apresentador William Waack sobre uma declaração do presidente da Câmara, Arthur Lira, segundo o qual há um forte preocupação que o país vá repetir em 2021 o esquema de 2001.

    Segundo Albuquerque, a fala de Lira veio logo após uma reunião feita com ele nesta terça-feira, par atualizá-lo sobre a crise hídrica. “Talvez ele tenha se equivocado. Fez comparações porque eu disse para ele que tudo está sendo estudado: o que ocorreu em 2021, em 2001 e em 2014, para montarmos nosso panejamento”, diz. 

    MP da Eletrobras

    Bento Albuquerque contou ainda que passou a maior parte da tarde no Senado conversando com lideranças do governo sobre a Medida Provisória (MP) que visa capitalizar a Eletrobras. A votação da pauta, marcada inicialmente para ocorrer nesta quarta-feira, foi adiada para este quinta-feira, diante de forte pressão da oposição.

    O ministro ressaltou que o processo de capitalização é de suma importância para o país, por causa da modernização do setor elétrico, e disse que a mudança não vai pressionar o custo da energia, como alertam alguns especialistas e entidades setoriais. 

    “Nosso compromisso principal é que a conta de energia não aumente, pelo contrário, vai reduzir. Isso vai ser importante para que possamos enfrentar a crise hidrológica”.

    Segundo o ministro, a conta da capitalização da estatal também não será repassada para o Tesouro Nacional e nem para quem irá assumir fatias da estatal, o que vem sendo questionado, já que a MP prevê, por exemplo, uma certa reserva de mercado, que deve vir da obrigação de contratação de pequenas usinas. 

    “Já mostramos que isso não vai onerar quem receber a Eletrobras, esses custos vão ser dispendidos dentro dos leilões de energia que nós temos. É aí que as termoelétricas a gás vão entrar, e vão entrar com valores do último leilão de 2019, com preços corrigidos, muito mais baixos do que estamos pagando hoje pela geração termoelétrica”, diz.

    Questionado sobre se ele acha que será possível que a MP seja aprovada até o dia 22, data limite para que não expire, Bento diz que o Congresso não tem faltado com medidas de modernização do setor elétrico e citou que, no ano passado, três matérias do tipo foram aprovadas. 

    *Texto publicado por Ligia Tuon

    Ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque em entrevista à CNN (16.jun.2021)
    Ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque em entrevista à CNN (16.jun.2021)
    Foto: CNN Brasil

     

     

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