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    Carta de Magalhães cita descaso e interferência e rejeita novo presidente do BB

    A carta de renúncia enviada ao próprio Conselho menciona que, no caso do BB, foram observadas “tentativas de desrespeitar a governança”

    Fernando Nakagawada CNN

    O “reiterado descaso” do governo federal com o Banco do Brasil e também outras estatais foi citado por Hélio Lima Magalhães como razão para a renúncia da presidência do Conselho de Administração do banco federal. A carta de renúncia enviada ao próprio Conselho menciona que, no caso do BB, foram observadas “tentativas de desrespeitar a governança”. 

    Magalhães acusa o governo de tratar com descaso as estatais e os administradores dessas companhias. Sobre o BB, ele destaca especificamente “as interferências externas na execução do plano de eficiência da companhia aprovado por esse Conselho e obviamente necessário para adequá-la aos novos tempos e desafios do setor”. 

    Esse plano de reorganização foi anunciado em janeiro por André Brandão, presidente que deixou a instituição. A intenção era fechar 112 agências, executar plano de demissão voluntária de até 5.000 empregados e, assim, economizar R$ 2,7 bilhões até 2025. O plano foi interrompido após protesto do Palácio do Planalto. Medidas semelhantes foram anunciadas pelos bancos concorrentes privados ao longo dos últimos meses. 

    Prédio do Banco do Brasil
    Prédio do Banco do Brasil (29.out.2019)
    Foto: Adriano Machado/Reuters

     

    A carta de renúncia de Magalhães diz ainda que o processo de escolha de Fausto Ribeiro para a presidência do BB – em substituição a Brandão – não foi adequada. “Renovo meu protesto ao rito de escolha do novo presidente do banco, o qual simplesmente não considera desejável o crivo deste Conselho, vez que baseado em legislação anacrônica e contrária às melhoras práticas de governança em nível global”, cita o texto. 

    Antes de entregar o cargo, Magalhães fez questão de registrar na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) outro documento: um trecho da ata da reunião extraordinária do Conselho do BB realizada no dia anterior, em 31 de março. Nesse texto, ele deixa clara a rejeição ao indicado à presidência do banco e diz que Ribeiro ainda não está pronto para o cargo. “Observa-se que o ora indicado, sem qualquer demérito ao profissional e à sua carreira de 33 anos no BB, não percorreu ainda todas as etapas de funções gerenciais”, cita a ata dessa reunião.

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