Brasil e EUA assinam acordo de US$ 1 bilhão
O acordo simboliza mais um passo de aproximação entre Bolsonaro e Trump, e acontece um dia após representantes dos países assinarem outro documento
Os governos brasileiro e norte-americano, assinaram nesta terça-feira (20), memorando de entendimento no valor de 1 bilhão de dólares (R$ 5,6 bilhões). O documento foi firmado pelo ministro da economia, Paulo Guedes e a presidente do banco de fomento à exportação e importação americana (Exim Bank), Kimberley Reed, em cerimônia no Palácio do Itamaraty.
Um memorando de entendimento é considerado a formalização da primeira fase de um acordo. A assinatura do protocolo pretende viabilizar investimentos em diversas áreas, como das telecomunicações, incluindo a tecnologia 5G, manufatura, incluindo aeronaves, energia nuclear e renovável, óleo e gás, e infraestrutura e logística. Reed disse que que o financiamento demonstra os “fortes laços e alianças” entre os países.
Uma nota publicada pela Embaixada dos Estados Unidos detalha algumas propostas de negócios do banco de fomento norte-americano, no Brasil. De acordo com o texto, o banco estaria preparado para considerar um pedido da empresa Gol Linhas Aéreas para financiar a compra de aviões de Boeing. A agência federal também teria ajudado a negociar mais de 26 milhões de dólares em aviões agrícolas, da marca Air Tractor, com fazendas e empresas de pulverização no Brasil.
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Em seu discurso, a executiva ressaltou que o presidente norte-americano Donald Trump está comprometido com aprosperidade econômica, segurança nacional e liberdade.
Na mesma esteira, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araujo, contou que as conversas que teve com o Conselheiro Nacional de Segurança dos Estados Unidos, Robert O’Brien, que também participou da assinatura do memorando, abordaram “preceitos fundamentais do relacionamento”, como “segurança, combate ao crime-organizado, defesa e o valor da liberdade”.
O’Brien capitaneou uma comitiva norte-americana que veio ao Brasil, na última segunda-feira (19), para formalizar uma série de acordos. Ontem, por exemplo, os governos de ambos os países assinaram outro protocolo, que faz parte do Acordo de Comércio e Cooperação Econômica, para baratear e desburocratizar o comércio bilateral.
O ministro Paulo Guedes aproveitou o encontro para lembrar de acordos que incluem o Brasil, por exemplo, o do Mercosul e na União Européia, e citou negociações com outros países como Canadá e Japão.
Guedes disse que o comércio do Brasil está “se abrindo para todo o mundo”, e que em seu primeiro o ano, o Governo focou em controle de gastos públicas, agora está se abrindo para o investimento”. O ministro também lembrou que o governo brasileiro apoiou a candidatura de um norte-americano à presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento e ressaltou que a iniciativa de se aproximar dos Estados Unidos foi de Bolsonaro.
Apesar de não estar na agenda oficial da presidência da República, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou da solenidade.
Em um discurso rápido, Bolsonaro agradeceu Donald Trump por “estar na vanguarda” do pleito do Brasil a uma vaga na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e demonstrou apoio à reeleição do presidente norte-americano, “Espero, se essa for a vontade de Deus, comparecer à posse do presidente reeleito dos Estados Unidos”.