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    Bolsas dos EUA encontram suporte em balanços para alcançar máximas históricas

    Apenas 15% das empresas do S&P 500 não surpreenderam o mercado positivamente com seus balanços do segundo trimestre

    Foto: REUTERS/Brendan McDermid

    Leonardo Guimarães,

    do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Os principais índices acionários dos Estados Unidos estão em curva ascendente desde 20 de março do ano passado. Manchetes mostrando que Dow Jones, S&P 500 ou Nasdaq atingiram patamares recordes se tornaram frequentes desde o final do ano passado. E a tendência é que as notícias continuem assim. 

    Isto porque a temporada de balanços do segundo trimestre das empresas norte-americanas está superando as expectativas já otimistas do mercado financeiro. 

    A base de comparação dos resultados é muito fraca, já que o segundo trimestre do ano passado foi fortemente impactado pela crise da Covid-19. O efeito gerou casos como o da Whirlpool, que viu seu lucro crescer 17 vezes em relação a 2020

    Mas a base fraca de comparação já estava na conta dos analistas, e o lucro das empresas vem superando as estimativas do mercado. 

    Dados da Bloomberg mostram que 85% das empresas do S&P 500 que já reportaram resultados do segundo trimestre superaram a expectativa de lucro de analistas. Apenas 11% das empresas que compõem o índice não divulgaram resultados. 

    Sabemos que o mercado de capitais pode mudar do dia para a noite com fatos novos, mas Guilherme Zanin, analista da Avenue Securities, acredita que os patamares que S&P 500, Dow Jones e Nasdaq atingiram são consistentes. 

    “A alta recente foi puxada, principalmente, por maiores lucros das empresas, o que mostra que a economia norte-americana está não apenas se recuperando, mas conseguindo crescer acima do que o mercado esperava em todos os segmentos”, afirma Zanin. 

    Ou seja, o apetite dos investidores por ações norte-americanas não está baseado em negociações ou anúncios que ainda não aconteceram na política, por exemplo. Mas as tratativas no Congresso dos EUA podem ajudar ainda mais as bolsas do país. 

    Na terça-feira (10), o Senado dos Estados Unidos aprovou um pacote de infraestrutura bipartidário de US$ 1,2 trilhão proposto pelo presidente Joe Biden. Com isso, Dow Jones fechou em máxima recorde, com alta de 0,46%, a 35.264,90 pontos, enquanto o S&P 500 subiu 0,10%, a 4.436,77 pontos. O texto está na Câmara dos Representantes. 

    Agora, o Senado começa a debater outra proposta de US$ 3,5 trilhões em investimentos adicionais na construção de estradas e pontes nos próximos cinco anos, bem como em novos programas sociais ao longo da próxima década.

    Inflação continua no radar dos investidores

    Entre os fatores que ameaçam a continuação do crescimento dos mercados americanos está a temida inflação. Em junho, o índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos subiu 0,9% (bem acima dos 0,5% esperados por economistas) e atingiu o maior patamar em 13 anos. 

    “Os Estados Unidos são o emissor da moeda mais negociada em forma de divisa entre os países. A inflação por lá impacta até mesmo negociações entre Brasil e China, por exemplo, que não negociam diretamente em dólar”, explica Zanin.