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    Bitcoin: entenda os motivos que levaram a criptomoeda à valorização recorde

    Em 2021, a principal criptomoeda do mercado continua em alta e já bateu US$ 40 mil. Vai subir ainda mais?

    Foto: André François McKenzie/Unsplash

    Wesley Santana,

    colaboração para o CNN Brasil Business

    As moedas digitais podem ainda não ser consideradas tão confiáveis por parte dos investidores, mas é necessário admitir que elas estão estão entre os investimentos que mais surpreenderam no ano passado. Superaram até mesmo o ouro em valorização, que, no ano passado, foi a modalidade mais rentável.

    O bitcoin fechou 2019 valendo cerca de US$ 7.177 ou R$ 28.582,76. Em 2020, a criptomoeda encerrou o ano cotada em US$ 29 mil ou R$ 150 mil, uma valorização de mais de 270% em relação ao dólar e 400% em relação ao real. Na última quinta-feira (7), a criptomoeda subiu a US$ 40 mil – um novo recorde. 

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    Mas como foi que tudo isso aconteceu? O que fez o bitcoin subir tanto (mas também sofrer bastante com a volatilidade em 2020)? O ano de 2021 continuará sendo uma alta? O CNN Business traz as respostas para você.

    Como foi em 2020?

    Apesar das previsões indicarem um bom ano para grande parte dos investimentos, a pandemia do novo coronavírus ruiu com a esperança de boas lucratividades. Nesse cenário, tudo que o mercado buscava era segurança.

    Com o bitcoin não foi diferente. Depois de apresentar forte alta no início do ano, o estopim da crise sanitária fez a moeda apresentar queda de 40%, provocando desespero em quem havia apostado nela. No entanto, diferente dos outros tipos de investimentos, a recuperação do bitcoin foi rápida e, no fim de abril, já havia se recuperado de toda a perda – e até mesmo superando índices tradicionais, como o nosso Ibovespa.

    Mesmo assim, algumas corretoras já apostavam em uma recuperação rápida. Segundo a Foxbit, as perspectivas de valorização da moeda eram positivas por dois motivos: o halving e a institucionalização do ativo digital.

    Mas o que é halving? Diferentemente do dinheiro tradicional, o bitcoin tem um limite de emissões, que é de 21 milhões unidades. Para que se valorize e mais pessoas consigam comprá-lo, quando foi criado, o criptoativo trouxe consigo o conceito “halving”, que é um corte automático, feito a cada quatro anos, que garante que as emissões diárias caiam pela metade ao passar do tempo. Ou seja, ele é limitado. 

    Assim, antes de maio, eram emitidas 1,8 mil unidades de bitcoins por dia. Depois do corte, esse número passou a ser de 900. Trata-se de um movimento inverso do que é feito por governos, que ampliam a fabricação e oferta de dinheiro em meio a crises para custear programas e o próprio estado.

    Somada ao halving, o dinheiro eletrônico começou a ganhar ares institucionais, ou seja, grandes empresas começaram a investir, principalmente porque ele se mostrou uma saída em relação à inflação, já que é uma moeda limitada.

    Um exemplo disso veio de Jack Dorsey, CEO do Twitter. Proprietário da Square Inc., Dorsey anunciou que sua empresa compraria US$ 50 milhões em bitcoins. Esse movimento foi seguido por outros nomes do mercado financeiro.

    Além disso, o PayPal, uma das principais plataformas de pagamento, também passou a oferecer transações em bitcoins. Isso ampliou as possibilidades de se usar a moeda e foi fundamental para o recorde de 2020.

    Confira a linha do tempo do Bitcoin

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    Fonte: Foxbit

    O que esperar em 2021?

    Especialistas em bitcoin estão bastante otimistas para 2021 e dizem que o ano será ainda melhor. Muitos, inclusive, acreditam que esse será o período da “bancarização” da moeda, com a chegada no setor bancário e com a sua fundamentação como alternativa de reserva e remessa de valores.

    “Isso vai popularizar o acesso desses ativos digitais como nunca vimos antes. O bitcoin estará nas suas compras, no app do seu banco, no seu cartão, maquininha e por aí vai”, prevê Neto Guaraci, COO da Coingoback, uma startup de cashback em criptomoedas.

    Para quem pensa nos investimentos, a dica dos principais economistas se mantém: garanta a diversificação da carteira. Nesse caso, o bitcoin surge para ampliar as oportunidades e se soma às demais modalidades existentes.

    Para Ricardo Dantas, co-CEO da FoxBit, essa é a hora de se acrescentar o bitcoin na carteira de investimentos. Ele diz que o mercado tem mostrado confiança na moeda, por isso, sugere que os investidores empenhem de 1% a 3% do patrimônio em ativos digitais.

    “O que muitos não sabem é que dá para comprar bitcoins a partir de R$ 10. Apesar da unidade estar acima dos US$ 30 mil [ou R$ 170 mil], ele é divisível em 8 casas decimais, o que permite que qualquer pessoa consiga adquirir uma fração do ativo”, afirma.