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    Banco Mundial recebe indicação de Weintraub, mas diz que mandato dura três meses

    O ministro da Educação anunciou na tarde de ontem sua saída do governo

    Da CNN, em São Paulo

    O Banco Mundial recebeu nesta sexta-feira (19) a indicação do governo brasileiro para que Abraham Weintraub, que acaba de deixar o Ministério da Educação, passe a integrar os quadros da instituição. Em nota, o Banco disse que recebeu uma comunicação oficial das autoridades brasileiras que indica Weintraub para diretor executivo, representando o Brasil e demais países do seu grupo no Conselho de Diretores Executivos do Grupo Banco Mundial (constituency).

    O tempo de seu mandato, no entanto, não passaria de três meses. “Se eleito pelo seu constituency, ele cumprirá o restante do atual mandato que termina em 31 de outubro de 2020”, diz a instituição, ressaltando que, daqui a quatro meses, “será necessária uma nova nomeação e nova eleição.”

    O ministro da Educação anunciou na tarde de ontem sua saída do governo. Em vídeo publicado nas redes sociais ao lado do presidente Jair Bolsonaro, Weintraub não revelou o motivo de estar deixando o MEC, mas disse que irá assumir uma representação brasileira na diretoria do Banco Mundial.

    O cargo prometido a Weintraub é o de diretor executivo. Segundo a assessoria do Banco, diretores executivos são os representantes dos 189 países membros no Conselho de Diretores do Banco Mundial e são indicados ou eleitos pelos acionistas.

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    Carta contra Weintraub

     
    Nesta sexta-feira (19), cerca de 270 entidades da sociedade civil, empresários, figuras políticas e artistas divulgaram uma carta aberta na qual pedem que o Banco Mundial rejeite a indicação de Weintraub para a diretoria-executiva da instituição. Personalidades como o músico Chico Buarque e Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda, assinam o documento.  

    O texto foi encaminhado à diretoria-executiva do Banco Mundial e aos embaixadores dos oito países que fazem parte da constituency do Brasil: Colômbia, Equador, Trinidad e Tobago, Filipinas, Suriname, Haiti, República Dominicana e Panamá.

    Na carta, os signatários afirmam que a nomeação do ex-ministro para esta posição “pode causar danos irreparáveis ao posicionamento de seus países no Banco Mundial”. 

    As entidades e personalidades dizem que a demissão de Weintraub foi o ponto culminante de “um ambiente destrutivo e venenoso que ele inflou no sistema político do Brasil”. 

    “Estamos convencidos de que o Sr. Abraham Weintraub não possui o mínimo de ética, profissionalismo e qualificação moral para ocupar a 15ª cadeira da Diretoria Executiva do Banco Mundial”, diz a carta.

    (Com informações de Carolina Figueiredo, da CNN em São Paulo, e Estadão Conteúdo)

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