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    Autoridades do BC americano sinalizam que vão manter alta de 0,75 ponto em julho

    "Fed tem de reagir traçando um curso um pouco mais agressivo no segundo semestre deste ano", disse presidente da entidade em St. Louis

    Por Howard Schneider e Lindsay Dunsmuir, da Reuters

    Autoridades do Federal Reserve sinalizaram nesta sexta-feira (15) que provavelmente manterão um aumento de 75 pontos-base na taxa de juros ao fim de sua reunião de 26 e 27 de julho, embora uma recente e forte leitura de inflação ainda possa justificar elevações adicionais, ou mais rápidas, até o término do ano.

    O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse que a leitura de inflação “pressionada” de 9,1% para junho justifica uma meta da taxa de fundos federais num intervalo entre 3,75% e 4,00% até o fim deste ano, 0,50 ponto percentual acima de seu objetivo para o encerramento de 2022.

    “O Fed tem de reagir traçando um curso um pouco mais agressivo no segundo semestre deste ano”, disse Bullard em evento organizado pelo European Economics & Financial Centre em Londres.

    Mas ele também se disse indiferente sobre se o banco central dos EUA deveria promover um aumento de 0,75 ponto percentual na taxa de juros neste mês, como algumas autoridades sinalizaram, ou um acréscimo de 1 ponto percentual.

    “Provavelmente não faz muita diferença fazer 100 pontos-base aqui e menos nas outras três reuniões (em 2022) ou fazer 75 pontos-base aqui e um pouco mais nas três reuniões restantes do ano”, disse Bullard.

    Em comentários separados em um fórum organizado pelo Tampa Bay Business Journal, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, alertou contra um movimento “muito dramático” por parte do banco central, porque poderia minar as fortes contratações e outras tendências positivas ainda vistas na economia.

    Embora Bostic não tenha endossado explicitamente aumento de 75 pontos-base na reunião deste mês, seus comentários pareciam se afastar de um acréscimo maior dos juros em julho.

    As declarações foram as últimas antes de os formuladores de política monetária entrarem em um período de silêncio, no qual devem se abster de falas públicas na semana anterior à reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do banco central, em Washington.

    Cenário-base

    Tanto Bostic quanto Bullard reiteraram o firme compromisso do Fed de aumentar as taxas de juros o quanto for necessário para controlar a inflação, com Bostic dizendo que “se a economia se mover de maneira consistente com a nossa meta de (inflação de) 2%, vamos parar. E se não se mover, não vamos.”

    Operadores de contratos futuros vinculados à taxa de juros de curto prazo migraram suas apostas firmemente em favor de um aumento de 0,75 ponto percentual na próxima reunião, após os comentários dos dois funcionários do Fed.

    Os profissionais vinham se inclinando para um salto de 1 ponto percentual desde que o Departamento do Trabalho informou na quarta-feira que os preços ao consumidor subiram a um ritmo anual de 9,1% em junho, o mais forte em mais de quatro décadas.

    Na quinta-feira, o presidente do Fed, Christopher Waller, também disse que uma elevação de 0,75 ponto percentual nos juros continua sendo o cenário-base para a reunião deste mês, embora tenha observado que isso poderia ser posto em xeque por mais dados econômicos.

    Dados divulgados na sexta-feira pareceram desestimular um aperto monetário ainda mais forte.

    As vendas no varejo se recuperaram em junho, embora tenham caído ligeiramente em uma base ajustada pela inflação, enquanto um índice de manufatura do Fed de Nova York registrou ganhos inesperados — evidência de que a economia estava se forma geral se mantendo de pé diante dos três aumentos de juros já anunciados pelo Fed neste ano.

    Enquanto isso, uma medida observada de perto das expectativas de inflação ao consumidor melhorou em junho, algo bem-vindo para autoridades do Fed preocupadas com a perda de controle da perspectiva de inflação e precisando agir de forma mais agressiva para mantê-la “ancorada”.