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    Após perdas de R$ 60 bi, bares e restaurantes dão sinais de retomada no país

    Ao longo da pandemia, foram fechados 335 mil empresas e perdidos cerca de 1,3 milhões de empregos

    Iuri Corsini, da CNN, no Rio de Janeiro

     

    Clientes almoçam em um restaurante reaberto após a flexibilização das medidas de
    Clientes almoçam em um restaurante reaberto após a flexibilização das medidas de quarentena em 6 de julho de 2020, em São Paulo
    Foto: Miguel Schincariol/Getty Images

     

    Após longos meses de prejuízos, consequência direta da pandemia da Covid-19, o setor de bares e restaurantes tem se aproximado dos patamares pré-pandêmicos, e já sinaliza crescimento no país. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a expectativa de faturamento para este ano é de R$ 215 bilhões.

    Em julho de 2021, segundo a Abrasel, o setor está faturando, em nível nominal (ou seja, sem correção da inflação), semelhante a julho de 2019. Em termos reais, considerada a correção da inflação, o mês está 15% abaixo comparando esses dois períodos. A expectativa da Abrasel, no entanto, é de que no segundo semestre o faturamento cresça, uma vez que o setor está acelerando, devendo fechar os últimos seis meses deste ano no mesmo patamar do segundo semestre de 2019, já considerando a inflação. 

     

    Apesar da perspectiva de crescimento, o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, mostrou preocupação com o super endividamento das empresas.

    “O segundo semestre, especialmente a partir de agosto, vai ser marcado por uma retomada plena, praticamente sem restrições. A questão é que o setor está superendividado, com mais de 64% apontando dívidas em atraso, e a normalização do faturamento não será suficiente para equacionar o problema tão grande que foi gerado. Todo mundo devendo bancos, impostos, aluguel”, pontuou Solmucci, que fez um apelo para que as autoridades olhem com atenção para a situação do setor.

    “O que a gente espera e ainda não percebeu é que as autoridades não fechem os olhos para essa realidade. Nós temos sim o retorno do faturamento, mas nós vamos precisar de ajuda. O que esperamos é que as autoridades estaduais e municipais chamem o setor para dar uma ajuda concreta, a fundo perdido, a reparação”, finalizou o presidente da Abrasel.

    Prejuízos da pandemia

    O setor de bares e restaurantes no Brasil foi um dos muitos setores impactados diretamente pela pandemia da Covid-19. De março do ano passado até julho deste ano, estima-se que 335 mil empresas fecharam em definitivo e 1,3 milhão de trabalhadores foram demitidos no país.

    Até março de 2020, eram 1 milhão de negócios do setor e 6 milhões de empregados diretos. Sendo assim, 30% das empresas de bares e restaurantes encerraram suas atividades no país por conta da pandemia, e 20% dos trabalhadores deste setor perderam seus empregos. 

    Só nos primeiros quatro meses de 2021, mais 100 mil empregos foram perdidos e mais 35 mil empresas fecharam as portas. O faturamento do setor em 2020 foi de R$ 175 bilhões, frente a R$ 235 bilhões em 2019. Um prejuízo de arrecadação de R$ 60 bilhões.

    No estado do Rio, com a pandemia, o setor de bares e restaurantes perdeu pelo menos quatro mil negócios, indo de 17 mil para menos de 13 mil empresas. Com isso, no intuito de reforçar a retomada do setor, a Assembleia Legislativa do Rio Janeiro aprovou nesta semana a Lei 9.355/21, que reduziu em 25% a alíquota de ICMS. Com a medida, o governo espera um aumento de 20% na arrecadação do setor – já que o setor poderá ter mais capital para investimento. 

    A aprovação da lei foi celebrada pelo presidente do Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio, Fernando Blower.

    “O setor de bares e restaurantes, que foi o que mais sofreu com a pandemia, tem muito a comemorar com a redução da alíquota de ICMS. Nessa retomada, poderemos usufruir desse benefício, gerando mais emprego e também atraindo novos investimentos. Essa notícia não é boa só para bares e restaurantes, mas também para toda a sociedade do Rio de Janeiro, cadeia produtiva, fornecedores, todos aqueles que se relacionam direta ou indiretamente nesse setor que mais emprega jovens no Rio de Janeiro”.

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