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    Americanas encerra último pregão com ações valendo centavos

    Varejista pediu recuperação judicial na quinta-feira (19) e, nesta sexta, último dia de listagem na B3, fechou o dia com queda de 29%, cotada a R$ 0,71

    Ana Carolina Nunesda CNN , em São Paulo

    Nesta sexta-feira (20), a Americanas fechou o dia com a ação valendo R$ 0,71, em mais um dia de baixa dos papeis, hoje de 29%. Este foi o último pregão da varejista no Ibovespa. A perda acumulada nesta semana é de 79,05% e, no acumulado do mês, de 89,64%. Apesar do tombo nos papeis da varejista, o principal índice da B3 terminou a semana acumulando alta de 1,16%.

    No último pregão antes do comunicado sobre o rombo de R$ 20 bilhões na contabilidade da empresa, a ação fechou cotada a R$ 12.

    A B3, a bolsa brasileira, informou na quinta-feira (19) que estava excluindo os títulos da Americanas (AMER3) de todos os seus índices a partir de sexta-feira (20), incluindo os da carteira ISE B3, que se referem à práticas ESG.

    De acordo com a B3, a exclusão foi devido ao pedido de recuperação judicial feito pela empresa nesta quinta-feira, e inclui, além do ISE, os índices: IBOV, IGCX, ICO2, ICON, IBXX, IGCT, IGNM, IBRA, IVBX, ISEE, ITAG, SMLL, IBXL e GPTW.

    Segundo especialistas consultados pela CNN, as ações da Americanas continuarão a ser negociadas na bolsa de valores. O que muda é que elas não estarão mais na composição do Ibovespa ou de outros índices após o pregão de hoje.

    Na última quinta-feira (19), a companhia entrou com pedido de recuperação judicial, que foi acatado pela Justiça no mesmo dia.

    Recuperação Judicial

    Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial, com dívidas de R$ 43 bilhões que envolvem credores financeiros, trabalhistas e fornecedores. A recuperação judicial é uma trégua que a companhia pede à Justiça para não pagar suas dívidas enquanto tenta se recuperar. O único credor que ficou de fora foi o banco BTG, porque obteve uma liminar na Justiça.

    Depois do pedido de recuperação judicial, a Americanas vai precisar apresentar um plano de recuperação dos seus negócios, que geralmente envolve venda de ativos e um pesado desconto na dívida. Os bancos vão ter que provisionar as perdas em seus balanços, o que vai afetar a lucratividade. Além do BTG, os principais credores são Bradesco, Safra, Banco do Brasil, entre outros.

    Após o pedido, investidores que têm debêntures da Americanas, que são títulos de dívida da empresa negociados no mercado financeiro, tentaram vender seus papéis a qualquer preço.

    Debêntures da empresa que foram emitidas em 2020, por exemplo, oferecendo à época como remuneração a variação do IPCA mais juros de 7,4% ao ano, estavam sendo ofertadas nesta tarde no mercado secundário com juros de até 109% além do IPCA, disse à CNN o analista de renda fixa da corretora Genial Investimentos Rafael Siqueira.

    O preço do título, por sua vez, que era de R$ 1.000 na emissão, em 2020, era negociado na manhã de quinta-feira ao valor de R$ 280.

    Se considerado que o papel valeria hoje, formalmente, R$ 1.232 – que é o quanto o dono do título teria direito a receber por ele caso fosse pago agora com o adicional dos juros –  o desconto que estava sendo oferecido é de mais de 80%.

     

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