Americanas desaba após resultado do 2º tri e atinge mínima desde março de 2020
Americanas ON caía 10,55%, a R$ 41,89 e Lojas Americanas PN perdia 10,05%, a R$ 5,91, piores desempenhos do Ibovespa
As ações da Americanas desabavam nesta sexta-feira (13) para mínimas desde março de 2020, após resultado do segundo trimestre e projeções sobre sinergias com a combinação da antiga B2W com ativos da Lojas Americanas.
Por volta de 15:45, Americanas ON caía 10,55%, a R$ 41,89 e Lojas Americanas PN perdia 10,05%, a R$ 5,91, piores desempenhos do Ibovespa, que registrava declínio de 0,07%. Na mínima até o momento, Americanas ON bateu R$ 41,42.
A dona dos sites Americanas.com e Submarino e de ativos que incluem a fintech Ame divulgou na noite da véspera um GMV total, que inclui as vendas da empresa e de vendedores do marketplace, de R$ 12,6 bilhões, incremento anual de 32,6%.
Analistas do Bradesco BBI consideraram que o crescimento do comércio eletrônico ficou abaixo do Mercado Livre e do Magazine Luiza apesar da implementação do frete grátis e dos incentivos para que os vendedores usem o atendimento.
“Esperamos ver o crescimento acelerar no segundo semestre contra base de comparação mais fácil, mas até que ponto a Americanas ganhará participação de mercado em 2022 não está claro”, ponderaram em relatório a clientes.
Em teleconferência, executivos da companhia mencionaram possibilidade da empresa ampliar sua política de frete grátis após a integração dos ativos oriunda da fusão que criou a Americanas.
O presidente da empresa, Miguel Gutierrez, afirmou que a dinâmica de custo do frete grátis será “completamente diferente” do realizado até agora por causa da combinação dos ativos, mas não deu detalhes. Ele também mencionou que “há uma competição muito intensa” sobre o “take rate”, as comissões e taxas cobradas dos vendedores. “Acreditamos que temos muita coisa a fazer sobre isso.”
O Bradesco BBI destacou como positivo o anúncio sobre as sinergias envolvendo a fusão, que a Americanas projetou em R$ 1,6 bilhão a valor presente líquido até 2024, considerando os custos da transação.
“Se estendermos essas sinergias por meio do nosso modelo de fluxo de caixa descontado, estimamos um valor presente líquido pós-impostos que poderia ser equivalente a 20-25% do valor de mercado da Americanas”, calculam.
Analistas do BTG Pactual também avaliam que o recente negócio que culminou na fusão de ativos da Lojas Americanas com a B2W deve desbloquear valor, com a Americanas a ser vista (e avaliada) como um player multicanal.
Atualmente, porém, eles afirmam ver assimetria no desconto da holding. Assumindo os preços atuais de Lojas Americanas PN, Lojas Americanas ON e Americanas ON, calculam descontos de detenção para as PNs e ONs de Lojas Americanas de 22% e 29%, respectivamente.
A equipe da Genial Investimentos também chamou a atenção para o Ebitda de R$ 1,07 bilhão no segundo trimestre, alta de 45% ano a ano, que impressiona à primeira vista.
“Entretanto, quando retiramos os efeitos não recorrente, chegamos no Ebitda ajustado de R$ 652,7 milhões, resultando em uma desvalorização de 11,6% ano a ano, com perda de 5,2 pontos percentuais de margem.”
O Bradesco BBI ainda destacou o anúncio de recompra de ações, afirmando que preferia ver caixa investido em crescimento, diante de um mercado onde os concorrentes estão investindo agressivamente.
Ainda assim, ponderaram que há flexibilidade no balanço patrimonial, dada a grande posição de caixa e os longos prazos de endividamento.
O conselho de administração da Americanas aprovou na quinta-feira programa de recompra de até 17,5 milhões de ações com prazo até fevereiro de 2023. A companhia tinha em circulação até a véspera 422.887.895 ações ordinárias.