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    Alta do arroz e feijão deixa PF mais caro em casa, mas comportado no restaurante

    Arroz já subiu 19% em 2020 e pacote de 1 quilo do feijão chega a R$ 8; salada e frango também sobem. Comer fora, porém, não mudou de preço

    Juliana Elias, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    A disparada recente nos preços dos alimentos, puxada pelo preço deles no mercado externo em dólar, pegou em cheio dois dos principais ingredientes da dieta brasileira: o arroz e feijão. Isso está fazendo com que a mais famosa combinação do “prato feito” – arroz, feijão, carne e salada – esteja ficando cara para quem está acostumado a comê-la todos os dias em casa. 

    O preço do arroz nos supermercados subiu 3% só em agosto, e de janeiro para cá já ficou 19% mais alto, de acordo com os dados mais recentes da inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplos (IPCA).

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    O feijão teve um alívio no mês: o preto caiu 1,4% em agosto e o carioca caiu 6%. Os descontos, porém, estão longe de aliviar tudo o que o parceiro do arroz já subiu desde janeiro: tanto o feijão preto, preferido dos cariocas, quanto o feijão carioca, o preferido dos paulistas, ainda estão cerca de 30% mais caros agora que no começo do ano.

    Para montar a saladinha, o alface subiu 18% desde janeiro e o tomate, 12%.

    Em alguns lugares, o preço do pacote de 1 quilo de feijão passa dos R$ 8 – é quanto os moradores de Florianópolis estão pagando por ele, em média, de acordo com o acompanhamento mensal da cesta básica feito em 17 capitais pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). É na capital catarinense que está o feijão mais caro – no começo do ano, o pacote custava R$ 5,34.

    No caso do arroz, são os cariocas que estão pagando mais, com um valor médio de R$ 4,54 em agosto pelo pacote de 1 quilo. Em janeiro, o mesmo pacote custava R$ 3,85. 

    Carne ou frango?

    Para quem costuma completar o prato com carne vermelha, os preços dessa parte do supermercado ainda estão ajudando a aliviar o custo total do prato feito em casa, mas provavelmente por pouco tempo.

    Elas ainda estão em média 2% mais baratas que em janeiro, depois de passarem por algumas quedas de preço no meio do ano. Só em agosto, porém, já subiram 3%. 

    Para as outras proteínas, os desembolsos também estão tendo que aumentar. O preço do frango já subiu 6,7% no ano, dos pescados 5% e da carne de porco 4%.

    Mesmo para os vegetarianos manter o prato completo está exigindo mais do orçamento. O ovo subiu 7%. As verduras, como brócolis, aumentaram 11%, e os legumes e raízes, como cenoura, abobrinha e batata, 21%, na média. 

    No boteco, reajuste (quase) zero

    Se preparar o PF em casa está substancialmente mais caro, quem voltar ao restaurante ou padaria de costume deve encontrá-lo quase exatamente no mesmo preço. 

    No ano, o valor da refeição fora de casa, como em bares, restaurantes e cafés, subiu apenas 0,1%, de acordo com o IPCA. É um aumento quase simbólico: o prato que custasse R$ 25 em janeiro sai por R$ 25,02 agora. 

    “A inflação da refeição fora de casa não reflete só o preço dos alimentos, mas inclui também o preço do serviço”, explica o economista Guilherme Moreira, coordenador de inflação da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

    Na prática, o número mostra que os bares e restaurantes – que também estão encontrando alimentos bem mais caros nos seus fornecedores – estão arcando com o aumento de custo e segurando os preços, frente à queda brutal do movimento. 

    É o oposto do que aconteceu nos supermercados, que viram o movimento crescer com as políticas de home office e isolamento social, turbinadas pela renda extra que as famílias de baixa renda ganharam com o auxílio emergencial de R$ 600.

    O reajuste substancialmente menor, porém, não significa que comer fora ficou mais barato que fazer a própria comida em casa. Indica apenas que o o ritmo com que cada um está reajustando seus preços está diferente.

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