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    AliExpress quer popularizar o ‘11.11’ no Brasil, mas logística ainda é desafio

    “Nos últimos dez anos, o foco eram as vendas. Esta é a primeira vez que adaptamos a comunicação à cultura do Brasil", diz Yan Di, country manager no país

    AliExpress: empresa flexibilizou sua política de devolução e abriu uma central de atendimento em português
    AliExpress: empresa flexibilizou sua política de devolução e abriu uma central de atendimento em português Foto: Natália Flach

    Leonardo Guimarães,

    do CNN Brasil Business, em São Paulo

    O AliExpress vai aproveitar o bom momento do e-commerce para promover a principal data chinesa de descontos no Brasil. No dia 11 de novembro (11/11), os chineses comemoram o Dia dos Solteiros e usam a data para oferecer descontos que geram volume de vendas superior à Black Friday dos Estados Unidos. 

    Para isso, a empresa preparou uma campanha robusta com influenciadores, como Gretchen e Gracyanne Barbosa, e presença na televisão. O marketplace chinês vai promover os descontos no reality show “A Fazenda”, da Rede Record, que dialoga com o público jovem, alvo da chinesa.

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    A empresa do Grupo Alibaba não abre números operacionais. Por isso, não é possível ter dimensão do tamanho do investimento para a campanha no Brasil, que é um dos cinco maiores mercados da companhia no mundo. Mas dá para dizer que é o maior investimento da empresa por aqui para promover a data. 

    “Nos últimos dez anos, investimos em campanhas, mas era algo direto, com foco nas vendas. Esta é a primeira vez que adaptamos a comunicação à cultura brasileira e tem a finalidade de gerar engajamento, não apenas vendas”, explica Yan Di, country manager do AliExpress no Brasil, em uma conversa com jornalistas. 

    O Dia dos Solteiros é, de longe, a maior data de descontos do mundo. No ano passado, o 11/11 gerou US$ 38,4 bilhões em faturamento para o comércio. Para efeito de comparação: nos Estados Unidos, o varejo faturou US$ 6,2 bilhões com vendas da Black Friday, segundo a Adobe Digital Insights. 

    O gargalo logístico 

    Para que o 11/11 tenha chances de sucesso no Brasil e possa superar algum dia a Black Friday por aqui, a logística é crucial. Mas, com a maioria dos produtos do marketplace vindos da China, o AliExpress sai atrás quando o assunto é rapidez na entrega. 

    Em média, os produtos do marketplace chinês demoram um mês para chegar na casa dos consumidores. Mas já levou mais tempo: três meses mais precisamente. Esse novo prazo – que ainda parece esticado na comparação com outros players que atuam por aqui –  é fruto de investimentos. A varejista passou a fretar três voos semanais para trazer produtos da China.

    Enquanto isso, Amazon, Mercado Livre, Magazine Luiza e as plataformas da BW2 brigam para chegar na casa do consumidor em menos de 24 horas e usam isso como principal atrativo para a Black Friday. 

    Para Yan Di, tudo é uma questão de relação custo-benefício. “Nosso preços são muito agressivos”, o que, segundo ele, faz valer a espera. 

    Mas a empresa do Grupo Alibaba tem planos de brigar também em termos de tempo de entrega. A abertura de pelo menos um centro de distribuição no Brasil faz parte dos planos da varejista para aumentar sua competitividade. 

    Outros investimentos importantes, como permitir a participação de vendedores brasileiros na plataforma e até aquisição de outros empresas também estão no radar do AliExpress, garante Di, que citou as áreas de logística e marketing de influência como possíveis alvos de investimento da empresa. 

    Margem encolhendo 

    Para atrair consumidores para sua plataforma, o AliExpress vem investindo pesado. Além de fretar os voos da China, algo inédito na história da empresa, a varejista também passou a oferecer algumas vantagens para os consumidores que pesam no caixa da companhia. 

    Para ganhar frete grátis, o consumidor precisa gastar US$ 15 na plataforma. Antes, ele precisava gastar US$ 30. Além disso, a empresa flexibilizou sua política de devolução e abriu uma central de atendimento em português. 

    Todos esses investimentos, claro, interferiram na margem de lucro da empresa. E lucro é um termo raro no e-commerce. 

    Yan Di afirma que os investimentos “sacrificaram um pouco a margem”, mas garante que a operação brasileira ainda é lucrativa. “Conforme oferecemos uma experiência melhor, conseguimos crescer sem sacrificar tanto nossa margem.” 

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