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    Além da Ford: relembre outras marcas de carro que deixaram o Brasil

    Seja pela baixa aceitação do mercado ou por alterações no cenário global, mais empresas deixaram de atuar por aqui

    Thiago Moreno, colaboração para o CNN Brasil Business

    A Ford pegou todos de surpresa quando, ainda em janeiro, anunciou o encerramento das atividades de todas as suas fábricas no Brasil. Com uma estratégia global com foco em segmentos mais rentáveis, como o de SUVs e picapes, e produtos de volume envelhecidos e com baixa rentabilidade, como o Ka e o EcoSport, a empresa julgou não fazer mais sentido manter as linhas de produção ativas por aqui.

    Infelizmente, essa não é uma atitude inédita. Seja pela baixa aceitação do público por aqui, dificuldades com a complexidade das operações no Brasil ou por mudanças na estratégia global da empresa, como foi o caso da Ford, nosso país pode deixar de fazer sentido para os negócios. No passado, outras montadoras optaram por parar de fabricar no Brasil ou simplesmente deixaram o mercado por completo. Selecionamos aqui algumas das marcas que deixaram o país nos últimos anos e não voltaram mais.

     

    Alfa Romeo

    Como uma das integrantes do Grupo Fiat, a Alfa Romeo chegou a fabricar carros no Brasil entre as décadas de 1970 e 1980. Modelos como o 2300 chegaram até a ser exportados para a Europa. No entanto, o cenário conturbado da reabertura política fez com que as linhas de montagem da marca parassem em 1986. A empresa continuou atuando por aqui como importadora até 2006, quando o volume de vendas dos luxuosos carros da marca já estava baixo.

    Alfa Romeo 2300
    Alfa Romeo 2300
    Foto: Divulgação

     

    Asia

    Em meados dos anos 1990, o reinado da VW Kombi como veículo de transporte e carga no Brasil parecia ameaçado pelo advento de vans sul-coreanas, que eram maiores, mais modernas e possuíam em grande parte motores a diesel. Além da Kia Besta, a Asia Motors trazia para a cá a Topic e a pequena Towner. A primeira foi bem recebida no transporte alternativo e a segunda é encontrada com facilidade até hoje nas ruas, ainda servindo de base para o comércio de alimentos.

    A marca chegou até a anunciar o investimento em uma fábrica no Brasil, mas o cenário mudou. No final da década de 1990, a Asia foi adquirida pela Kia Motors que, pouco tempo depois, se uniu à Hyundai. Para evitar a competição entre os produtos de ambas as marcas, que disputavam basicamente o mesmo público, as vans da Asia deixaram de ser importadas.

    Asia Towner
    Asia Towner
    Foto: Divulgação

     

    Daihatsu

    Hoje uma subsidiária da Toyota, a também japonesa Daihatsu chegou ao Brasil da mesma forma que a Mazda, junto à reabertura das importações. Focando em modelos pequenos e simpáticos, como o Terios e o Cuore, a empresa nunca conseguiu decolar nas vendas por aqui e, assim como a Mazda, não resistiu à alta do dólar e deixou o Brasil em 1999.

    Daihatsu Terios
    Daihatsu Terios
    Foto: Divulgação

     

    Geely

    No final da década de 2010, os carros chineses começaram a se popularizar no Brasil por conta dos preços mais baixos. Seguindo o sucesso inicial da também chinesa JAC Motors por aqui, o Grupo Gandini, ainda responsável pela Kia no país, passou a importar os modelos da Geely, como o sedã EC7 e o simpático compacto GC2. A operação teve início em 2014. Porém, não resistiu às sobretaxas para modelos importados após o Inovar-Auto, programa que visava fortalecer a indústria nacional. As importações foram suspensas já em 2016 e encerradas em 2018.

    Geely GC2
    Geely GC2
    Foto: Divulgação

     

    Lada

    Uma das montadoras mais proeminentes da Rússia e com origens ainda na União Soviética, a Lada foi uma das primeiras marcas a se aventurar no Brasil após a reabertura das importações no início dos anos 1990. Inicialmente trazendo modelos como Laika, Samara e o Niva 4×4, a marca até obteve um sucesso considerável no começo.

    Os carros eram baratos para os padrões da época, mas já estavam bem defasados em termos de tecnologia, apesar de serem robustos. Conforme os anos foram passando, a empresa enfrentou dificuldades com a baixa qualidade construtiva dos carros e também não ia bem no atendimento pós-venda. O resultado foi o fim das operações por aqui.

    Lada Niva
    Lada Niva
    Foto: Divulgação

     

    Mahindra

    Uma das poucas marcas indianas a já ter operado no Brasil até hoje, a Mahindra começou a ter seus modelos importados para cá por meio de uma parceria com o grupo nacional Bramont. Alguns modelos como a picape Pik-Up (sim, esse era o nome dela) e o SUV Scorpio chegaram a ser montados em Manaus (AM). No entanto, com baixos volumes de vendas e pouca aceitação do mercado pelo visual controverso, a Mahindra fechou as portas no Brasil em 2015.

    Mahindra Scorpio
    Mahindra Scorpio
    Foto: Divulgação

     

    Mazda

    Por via de regra, os carros japoneses costumam se dar bem no Brasil, como pode ser visto com Honda, Toyota e Nissan. No entanto, na década de 1990, havia mais uma: a Mazda. A empresa começou as importações junto à reabertura do mercado, mas acabou não encontrando o mesmo sucesso das conterrâneas e deixou o país em 1999, quando a cotação do dólar disparou por aqui.

    Mahindra Scorpio
    Mazda MX-3
    Foto: Divulgação

     

    Mercedes-Benz

    Enquanto a divisão de caminhões da empresa é uma das marcas mais vendidas do Brasil nessa categoria, o mesmo não pode ser dito para as operações de veículos de passeio da Mercedes-Benz. A marca de origem alemã já tentou por duas vezes fabricar automóveis em nosso mercado e, em ambas, a empreitada não deu certo.

    A primeira teve início em 1999, com a fabricação local do monovolume Classe A, posteriormente acompanhado pelo hatch CLC. A dupla era feita em Juiz de Fora (MG), mas a fábrica fechou em 2010. Posteriormente, a Mercedes-Benz anunciou, em 2013, um novo investimento para levantar uma fábrica em Iracemápolis (SP), que começou a fabricar em 2016 o Classe C, um dos modelos mais vendidos da marca globalmente. Porém, em dezembro do ano passado, a linha de montagem também fechou e a Mercedes-Benz colocou a culpa no agravamento da situação econômica do país em decorrência da pandemia.

    As operações permanecem, porém, até hoje apenas com veículos importados.

    Mercedes-Benz Classe A
    Mercedes-Benz Classe A
    Foto: Divulgação

     

    MG

    Outra marca que também não conseguiu se estabelecer no Brasil foi a MG. De origem inglesa, a empresa é controlada pela chinesa SAIC desde 2005. Em 2011, o grupo Forest Trade passou a importar modelos como o MG550 e o MG6 para o Brasil, mas as vendas nunca decolaram. A importação dos carros deixou de acontecer em 2013.

    MG MG6
    MG MG6
    Foto: Divulgação

     

    SEAT

    Originalmente uma marca espanhola, a SEAT faz parte do Grupo Volkswagen há muito tempo. Em 1995, começou a importar modelos como o Córdoba e o Ibiza, que eram então fabricados na Argentina. No entanto, cobrando mais caro por modelos que eram muito similares aos carros da Volkswagen no Brasil, a marca deixou de comercializar seus modelos por aqui em 2002.

    SEAT Córdoba
    SEAT Córdoba
    Foto: Divulgação

     

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