Agricultura sofre bloqueio de R$ 80 milhões do orçamento
Fontes da área dizem que vai ser necessário reprogramar e redimensionar as ações da pasta, mas que as despesas básicas de funcionamento continuam preservadas

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sofreu um contingenciamento de pelo menos R$ 80 milhões, segundo apurou a CNN. Os recursos estão sendo direcionados pelo governo federal para a conclusão de obras públicas e para despesas da área de defesa.
Fontes da área dizem que vai ser necessário reprogramar e redimensionar as ações da pasta, mas que as despesas básicas de funcionamento continuam preservadas.
É uma situação semelhante ao que ocorreu na sexta-feira, quando foram bloqueados R$ 60 milhões do Ministério do Meio Ambiente, o que gerou uma forte reação do ministro Ricardo Salles.
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Salles chegou a divulgar uma nota pública dizendo que interromperia as ações de combate ao desmatamento na Amazônia e às queimadas no Pantanal. Por conta da repercussão, o governo federal voltou atrás e os recursos foram desbloqueados. O vice-presidente Hamilton Mourão, que também preside o conselho da Amazônia, chegou a dizer que Salles havia se “precipitado”.
Não há expectativa de desbloqueio no caso do orçamento do ministério da Agricultura, que não se manifestou oficialmente sobre o caso. Segundo relatos ouvidos pela CNN, a Casa Civil está fazendo um pente fino nos orçamentos de várias pastas para conseguir reforçar as obras públicas reunidas no programa Pró-Brasil.
O embate para reforçar o Pró-Brasil vem se arrastando. A ideia inicial era uma suplementação extra de R$ 30 bilhões para novas obras, principalmente no Nordeste. O argumento é que seriam gastos necessários para o combate à pandemia do coronavírus e, portanto, poderiam ficar fora do teto de gastos.
O ministério da Economia se opôs e disse que teria que ocorre uma redistribuição de recursos dentro do próprio governo para não descujmprir as regras fiscais. Desde então, auxiliares do presidente Jair Bolsonaro tentam fazer a alocação de recursos.
Cáculos da equipe econômica apontavam para uma disponibilidade entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões, mas o presidente Jair Bolsonaro decidiu elevar o valor para R$ 6,5 bilhões, provocando cortes nos orçamentos de vários ministérios.