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    Ações da Americanas despencam quase 80% após anúncio de rombo de R$ 20 bilhões

    Papel da companhia encerrou esta quinta-feira cotado a R$ 2,72, após terminar na véspera com alta de 0,76% e valor de R$ 12

    Fabrício Juliãodo CNN Brasil Business

    em São Paulo

    As ações da Americanas tombaram 77,33%, cotadas a R$ 2,72 nesta quinta-feira (12) após a varejista anunciar na véspera “inconsistência contábil sem precedentes”.

    As ações da Americanas entraram em leilão no início do pregão desta quinta-feira, como forma de impedir as oscilações do mercado depois do anúncio do rombo bilionário.

    A Americanas comunicou ontem que foram detectadas inconsistências em lançamentos contábeis estimadas em R$ 20 bilhões, em análise preliminar, com data-base de 30 de setembro de 2022.

    As ações da Americanas fecharam a véspera a R$ 12, com alta de 0,76%. O valor de mercado da companhia até ontem era de R$ 10 bilhões, metade do rombo anunciado.

    O volume do rombo previsto no balanço da companhia é equivalente ao valor de mercado da Magazine Luiza, que, na quarta-feira (11) valia R$ 20,20 bilhões, ou da Lojas Renner, que também valia R$ 20,22 bilhões, segundo cálculos de Einar Rivero, da TradeMap

    Diante disso, o diretor- presidente Sergio Rial e o diretor de Relações com Investidores André Covre, empossados em 2 de janeiro deste ano, informaram sua decisão de não permanecer na companhia, com efeito imediato.

    Rial, ex-presidente do banco Santander no Brasil, teve sua nomeação para o cargo na Americanas bastante comemorada pelo mercado. Só esse anúncio, no final do ano passado, fez as ações da empresa subirem 20% em um único dia.

    A companhia fez uma teleconferência aberta nesta manhã, com a participação de investidores e analistas com os executivos da empresa para tentar sanar dúvidas.

    Mesmo já tendo anunciado sua saída, Rial participou da reunião, na qual confirmou que o buraco anunciado é a melhor estimativa feita até agora, que ainda depende de uma avaliação independente. Disse ainda que essas inconsistências financeiras que apareceram são de sete e nove anos atrás.

    Apesar de ainda aguardarem mais detalhes sobre o rombo da companhia, bancos e corretoras já colocaram recomendação para os papéis sob revisão.

    Empresa vem de um ano ruim

    Assim como as demais varejistas com ações listadas na Bolsa, como a Magalu, a Americanas não teve seu melhor em 2022, período marcado pela queda de empresas de e-commerce. Só os ativos da Americanas desvalorizaram quase 70% no ano passado.

    A empresa também teve problemas de gestão no período, o que pareciam que seriam resolvidos com a chegada de Rial.

    *Com informações de Thais Herédia