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    4 coisas para saber sobre a crise dos combustíveis no Reino Unido

    Há sinais de que a escassez nas bombas está diminuindo, mas chegou a ameaçar paralisar a quinta maior economia do mundo

    Charles Rileydo CNN Brasil Business*

    Por quase uma semana, os motoristas britânicos encontraram postos de combustíveis fechados e longas filas naqueles que ainda tinham gasolina e diesel. A escassez provocou uma resposta irada de alguns membros do público e dificultou a vida dos motoristas de todo o país.

    A causa principal foi uma escassez de motoristas de distribuidores, agravada desde o início deste ano pelo Brexit. Mas a corrida aos postos motivada pelo pânico tornou a situação ainda pior. A ação governamental de emergência projetada para aliviar a crise – incluindo colocar caminhoneiros do exército em espera – pode fazer pouco para corrigir o problema.

    Aqui estão quatro coisas que você deve saber sobre a crise dos combustíveis no Reino Unido:

    1- As coisas estão finalmente melhorando

    Agora há sinais de que a escassez nas bombas está diminuindo. A Associação de Revendedores de Combustíveis, que representa os fornecedores independentes de combustível, disse na quarta-feira (29) que cerca de 27% dos 5.450 postos que monitora estavam sem combustível, ante 37% na terça-feira e 66% no início desta semana.

    “Acho que nos próximos dias as pessoas verão alguns soldados dirigindo a frota de distribuidores”, disse o secretário de Negócios do Reino Unido, Kwasi Kwarteng, a repórteres na quarta-feira. “Os últimos dias foram difíceis”, admitiu. “Temos visto grandes filas, mas acho que a situação está se estabilizando.”

    2- Na verdade, há bastante combustível

    Companhias de petróleo incluindo a BP, Shell e Exxon Mobil disseram em um comunicado distribuído pelo governo no início desta semana que “há combustível suficiente nas refinarias e terminais do Reino Unido“.

    Mas os fornecedores não conseguiam levar o suficiente para os postos de gasolina por dois motivos.

    Em primeiro lugar, há uma escassez de motoristas de petroleiros no Reino Unido. Isso foi enfatizado na semana passada, quando a BP foi forçada a fechar temporariamente algumas de suas estações pela segunda vez em alguns meses porque não havia motoristas suficientes.

    O segundo problema: os motoristas britânicos reagiram aos fechamentos da BP correndo para comprar gasolina, esvaziando muitos dos 8.380 postos de gasolina do país.

    3- Brexit merece a culpa

    A escassez de caminhoneiros no Reino Unido remonta há anos, mas foi agravada recentemente pela pandemia, que atrasou a emissão de novas licenças, e pelo Brexit, que resultou em dezenas de milhares de cidadãos da União Europeia deixando seus empregos em caminhões e outras ocupações na Grã-Bretanha . Desde o início deste ano, as novas regras de imigração pós-Brexit dificultaram ainda mais o retorno de muitos deles.

    De acordo com a Associação de Transporte Rodoviário, o país carece de cerca de 100.000 caminhoneiros. No mês passado, o governo do Reino Unido disse que “a maioria das soluções” para a crise seria impulsionada por empregadores que ofereceriam melhores salários e condições e que não queria contar com trabalhadores de fora da Grã-Bretanha.

    O primeiro-ministro Boris Johnson foi forçado a dar meia-volta no último fim de semana, quando concordou em emitir vistos temporários para mais 5.000 motoristas de caminhão e 5.500 avicultores para ajudar no processamento de perus de Natal. Mas ele sinalizou na terça-feira que um maior relaxamento das leis de imigração é improvável.

    “O que não acho que as pessoas neste país queiram fazer é resolver todos os nossos problemas com a imigração descontrolada”, disse ele.

    4- O Reino Unido continua vulnerável

    As medidas de emergência do governo do Reino Unido incluem vistos temporários para motoristas de caminhão estrangeiros e uma suspensão da lei de concorrência para permitir que fornecedores entreguem combustível a operadores rivais. Além de usar motoristas do exército, também mobilizou uma “frota de tanques de reserva”.

    Mas não está claro se os motoristas de caminhão estrangeiros querem empregos no Reino Unido. Os vistos temporários só são válidos até a véspera de Natal, e muitos motoristas reclamam dos baixos salários e das condições de trabalho desagradáveis ​​no país, incluindo a falta de pontos de descanso limpos. Isso significa que a economia do Reino Unido continua em risco.

    Ruby McGregor-Smith, presidente da Câmara de Comércio Britânica, disse que oferecer apenas 5.000 vistos era insuficiente, comparando-o a “jogar um dedal de água em uma fogueira”.
    “Sem mais ações, agora enfrentamos a perspectiva muito real de sérios danos à nossa recuperação econômica, crescimento reprimido e também outro Natal nada feliz para muitas empresas e seus clientes em todo o país”, disse ela em um comunicado.

    *Texto traduzido. Para ler o original, clique aqui

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