Bolsa fecha em queda de 10% em 6º pregão com circuit breaker em 2 semanas
Temor com impactos do coronavírus na economia tem prevalecido, mesmo em meio a anúncios de pacotes de estímulos em vários países
A bolsa brasileira fechou em queda de mais de 10% nesta quarta-feira (18), em mais um dia marcado por circuit breaker. Foi a sexta interrupção nas negociações em oito pregões.
O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em desvalorização de 10,35%, a 66.894 pontos.
Pouco antes das 13h20, os negócios pararam por 30 minutos, quando o índice caiu 10,26% em função do temor de haja uma desaceleração maior do que a prevista na economia global, sobretudo por impactos do coronavírus.
As ações de empresas do setor de viagens novamente lideraram as perdas. Smiles teve queda de 37,8%, enquanto CVC recuou 34,7% e as preferenciais da Azul tiveram desvalorização de 32,04%.
“Investidores seguem avaliando efetividade dos estímulos fiscais e monetários no amortecimento dos impactos econômicos derivados do surto do Covid-19”, observou a equipe da Guide Investimentos. “Na falta de uma melhora no horizonte, alertas de recessão iminente continuam falando mais alto”.
Em São Paulo, o governador, João Doria, decretou fechamento de shopping centers na região metropolitana do Estado em medida para frear a transmissão do vírus. Na região do ABC, prefeituras anunciaram a suspensão de serviços de transporte coletivo a partir do final deste mês. A General Motors também divulgou que vai dar férias coletivas a todos os funcionários no Brasil a partir de 30 de março.
Mais cedo, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) disse que suas associadas já registram, em média, queda de 50% na demanda por voos domésticos e redução de 85% nas viagens internacionais na segunda quinzena de março, ante o mesmo período de 2019.
Em âmbito nacional, após pacote de estímulos anunciado pelo governo, investidores estão na expectativa do desfecho da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, nesta quarta-feira, principalmente com a possibilidade de um corte da Selic, atualmente em 4,25%.
Na Ásia, as principais bolsas fecharam em queda, caso do índice japonês Nikkei (-1,68%) e da bolsa de Shanghai (-1,98%).
(Com Reuters)