Documentário sobre Tina Turner mostra desde abusos sofridos até criação de hits
Entre as passagens divertidas está a confissão de que ela odiou seu mais conhecido hit, ‘What's Love Got to Do With It’
“Tina” é aquele documentário raro que te deixa com vontade de bis, como se duas horas não fossem suficientes para fazer justiça à vida e carreira de Tina Turner. Artista morreu nesta quarta-feira aos 83 anos.
O documentário da HBO tem como fio condutor uma entrevista que a cantora deu para a revista People em 1981 em que ela fala sobre o abuso que sofreu de seu marido e parceiro musical, Ike Turner, antes de deixá-lo em 1976. Estreia da produção no Brasil aconteceu em janeiro deste ano.
A primeira hora é basicamente dedicada em mostrar a força que Ike exercia sobre ela, como inventar um nome artístico, Anna Mae Bullock, sem sua permissão. Na época, o debate sobre violência doméstica era incomum, mas mesmo assim Turner falou abertamente sobre os reais motivos de sua separação conjugal e até escrevendo um livro sobre o tema.
Embora estes passos não tenham surtido efeitos imediatos, a longo prazo o episódio se tornou um marco em sua virada profissional. Divorciada, ela se juntou profissionalmente ao empresário Roger Davies, e juntos encheram arenas e estádios. Nascia uma nova Tina Turner.
“Você me deu esse nome”, disse Katori Hall, que escreveu “Tina: The Tina Turner Musical”, resumindo em quatro letras a decisão de Turner em deixar Ike -e que lhe trouxe independência pessoal e profissional.
Os diretores Dan Lindsay e T.J. Martin desenterraram todos os tipos de vídeos fabulosos da ovem Tina, dançando com um sorriso que camuflava o tumulto e a dor que ela suportava em sua vida íntima.
“Seja o que for, quero um pouco disso”, disse Oprah Winfrey, entre os muitos admiradores que foram entrevistados. Winfrey inclusive aparece no documentário acompanhando uma sorridente Tina na estreia de seu musical homônimo.
Assim como o documentário Bee Gees da HBO, ‘Tina’ simultaneamente leva o público de volta no tempo, garantindo que qualquer pessoa familiarizada com as suas canções ainda cantarolará os hits durante dias -principalmente “Proud Mary” e “I Don’t Wanna Fight”.
Entre as passagens divertidas está a confissão de que ela odiou seu mais conhecido hit, “What’s Love Got to Do With It”, quando a ouviu pela primeira vez.
Há também o áudio de sua entrevista para a People e entrevistas conduzidas para sua autobiografia com Kurt Loder, incluindo memórias sobre overdose de remédios e seus pais emocionalmente duros.
“Veja o que fiz nesta vida com este corpo”, diz ela a certa altura. De fato, olhe. Porque durante as duas horas dedicadas a ‘Tina’ é difícil não se maravilhar com seu talento e energia novamente.
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