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    Victor Irajá
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    Victor Irajá

    Com passagens por Estadão e rádio CBN, foi editor do Radar Econômico, da revista Veja. É especializado em Economia pela FGV e pelo Insper

    “Taxa das blusinhas”: Votação simbólica na Câmara evitou derrota de Lula e Lira, dizem fontes

    Nesta terça (04), relator do projeto Mover no Senado tirou do texto trecho sobre a taxação das compras até 50 dólares

    Na Câmara dos Deputados, é premente a leitura de que o acordo firmado entre os articuladores políticos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), envolveu a decisão de votar simbolicamente a “taxação das blusinhas” para evitar uma derrota para ambos — Lula e Lira, segundo relataram fontes do Congresso à CNN.

    A taxação de 20% sobre a compra de produtos importados até 50 dólares, que havia sido incluída pela Câmara dentro do projeto Mover, foi retirada do texto nesta terça-feira (04), conforme anunciou o relator no Senado, Rodrigo Cunha (Podemos-PI).

    Durante a tramitação do projeto na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE), que é líder do governo na Câmara, revelou, no púlpito, a negociação de bastidores.

    “Tem acordo, presidente. Por que não vota simbólico?”, disse, argumentando que o partido Novo, que se opunha à proposta, não teria votos para barrar o acordado entre os articuladores do governo e Arthur Lira. “O que o senhor está dizendo não se diz no microfone”, defendeu Lira.

    O movimento ocorre porque há matérias importantes na pauta, sobre as quais o governo não abre mão, como a regulamentação da reforma tributária — e um movimento mais aguerrido do governo para barrar a taxação poderia motivar Lira a boicotar os interesses do governo envolvendo o texto do secretário especial de Reforma Tributária, Bernard Appy.

    O PT e o PL se movimentavam contra a proposta de taxação de compras em plataformas internacionais de até US$ 50 para não se indispor com o eleitorado já dividido às vésperas das eleições municipais e a leitura premente na Casa é de que o Centrão não assumiria a responsabilidade pela taxação sozinho.