Ausência de Haddad em reunião de Lula causa estranheza na Petrobras
Segundo fontes na empresa, não ida do ministro da Fazenda indicaria que a reunião teve como pano de fundo intenções políticas, ignorando possíveis consequências econômicas


A ausência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros Alexandre Silveira, de Minas e Energia; e Rui Costa, da Casa Civil, junto à presidente da Petrobras, Magda Chambrtiard, causou estranheza entre executivos da empresa, apurou a CNN.
Como o temor principal de Lula envolve o impacto inflacionário e eventual desgaste de popularidade, a ausência de Haddad indicaria, segundo alguns executivos, que a reunião teve como pano de fundo intenções políticas, ignorando possíveis consequências econômicas.
Segundo uma fonte, a partir da contenção dos preços de combustíveis, a Petrobras avançaria em participação de mercado de forma ilusória, porque empresas privadas que importam combustíveis perdem sua capacidade de concorrer.
Desde novembro, o real apresentou uma forte desvalorização perante o dólar, moeda que baseia as transações de petróleo no mercado internacional.
Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina apresenta uma defasagem de 14% em relação ao preço de paridade internacional.
Já o diesel possui uma defasagem de 27%, e seu reajuste resultaria em um acréscimo de R$ 0,94.
Na próxima quarta-feira (29), Magda Chambriard levará ao Conselho de Administração os números da gestão.
Há a perspectiva de que a possibilidade de reajustes e a sustentabilidade da atual política de preços da Petrobras seja pautada para ser discutida entre os conselheiros.
A Petrobras não reajusta os preços do diesel há mais de um ano e alterou os preços da gasolina apenas uma vez, em julho do ano passado.