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    Victor Irajá
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    Victor Irajá

    Com passagens por Estadão e rádio CBN, foi editor do Radar Econômico, da revista Veja. É especializado em Economia pela FGV e pelo Insper

    Análise: Inflação dos alimentos impacta queda na aprovação de Lula

    Pesquisa Datafolha revela queda na popularidade do presidente, com inflação dos alimentos superando média do IBGE e afetando percepção econômica

    A aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu seu pior índice em seus três mandatos, registrando apenas 24%, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14).

    Essa queda se deve principalmente à inflação dos alimentos, que tem impactado diretamente o bolso dos brasileiros.

    Enquanto a inflação oficial medida pelo IBGE fechou em 4,83% no ano passado – já acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional de 3% –, a inflação dos alimentos alcançou 7,69%.

    Esse aumento expressivo nos preços dos alimentos tem gerado um sentimento generalizado de que as compras no mercado estão mais caras, refletindo-se na percepção negativa da população sobre a situação econômica do país.

    Além da questão inflacionária, há uma ausência de novas propostas econômicas por parte do governo.

    A falta de iniciativas robustas para uma arrumação fiscal, por exemplo, tem gerado insegurança entre agentes do mercado financeiro e do setor produtivo.

    Essa incerteza, somada a uma taxa de juros elevada, tem desencorajado investimentos e novos negócios, contribuindo para uma perspectiva econômica menos otimista para o futuro próximo.

    Apesar de o Brasil ter experimentado um crescimento robusto no ano passado e manter uma taxa de desemprego baixa, as expectativas para o futuro são mais negativas do que positivas.

    A queda na popularidade de Lula não afeta apenas o presidente, mas também coloca em xeque possíveis candidatos dentro do Partido dos Trabalhadores.

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, visto como um potencial candidato, já enfrenta críticas relacionadas às políticas de aumento de arrecadação e à reação negativa do mercado a algumas propostas econômicas.

    Auxiliares do presidente, no entanto, ainda acreditam na possibilidade de uma recuperação da popularidade. Eles apostam em políticas como a revisão da faixa de isenção do Imposto de Renda para reconquistar parte do eleitorado até as próximas eleições.

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