Análise: a vitória silenciosa de Haddad no embate sobre a “taxa das blusinhas”
Trabalho do ministro da Fazenda foi citado como positivo por 48% dos deputados ouvidos por uma pesquisa da Quaest
Dono de um tom professoral e academicista, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, usa deste artifício para explicar aos deputados e senadores as intenções em torno de suas propostas.
Na segunda-feira (27), o ministro disse que a apreciação da taxação de compras de até US$ 50 em plataformas estrangeiras, principalmente as da China, virou “um assunto que está polarizado” e que precisa de um “debate técnico”.
O projeto foi aprovado pela Câmara na terça-feira (28) como um “jabuti” inserido no Programa de Mobilidade Verde e Inovação, o Mover, que trata de incentivos fiscais às montadoras. Haddad era um defensor da proposta.
De forma indireta e silenciosa, o ministro da Fazenda sagrou-se vencedor em um debate que teve até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como opositor — com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o Congresso assumindo a repercussão negativa pela aprovação.
Em meio às críticas de parlamentares em relação à atuação dos ministros do núcleo duro da articulação política, Rui Costa, da Casa Civil; e Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, o trabalho do ministro da Fazenda foi citado como positivo por 48% dos deputados ouvidos por uma pesquisa da Quaest, divulgada na segunda-feira (27).
Outros 29% desses parlamentares avaliam a atuação de Haddad como negativa e 20%, como regular.
Já sobre a atuação de Rui Costa, 39% dos deputados avaliam o trabalho de forma negativa. Já 29% têm visão favorável sobre o trabalho do ministro. Outros 27% veem a atuação como regular.