Aliados veem qualidades em Padilha e culpam orçamento secreto na gestão Bolsonaro por dificuldade na articulação
Leitura é de que há menor dependência do Legislativo em relação ao Executivo desde que Lula governou pela última vez
Depois da série de derrotas no Congresso Nacional, importantes aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuam a defender a atuação do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, à frente da articulação política do governo.
De acordo com aliados de Lula, Padilha foi prejudicado pela mudança nas relações com o Legislativo desde a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e a instituição do Orçamento Secreto.
A leitura sobre o empoderamento da Câmara dos Deputados e do Senado Federal envolve a falta de dependência do Congresso em relação a cargos e emendas.
O Legislativo estaria muito mais forte e independente do que nas primeiras gestões de Lula, entre 2003 e 2011.
Segundo essas fontes, não haveria, portanto, a necessidade de troca dos personagens responsáveis pela articulação política do governo.
Padilha, aliás, teria — na leitura desses aliados — predicados e qualidades que chancelariam sua manutenção no cargo, o que explica a chancela de Lula em relação à concessão de maior poderio a Padilha na liberação de emendas.
A CNN solicitou à assessoria do ex-presidente Jair Bolsonaro um posicionamento sobre as críticas de que o orçamento secreto trouxe dificuldades na articulação com o Legislativo, mas até o momento não houve retorno.