Thais Herédia: queda do petróleo e câmbio impactaram resultado da Petrobras
Estatal fechou ano com lucro de R$ 36,6 bilhões, queda de 70,6% ante 2023
A Petrobras registrou uma queda significativa em seu lucro anual de 2024, encerrando o ano com R$ 36,6 bilhões, uma queda de 70,6% em comparação com o ano anterior.
A analista de Economia da CNN, Thais Herédia, atribuiu o resultado principalmente à queda no preço do petróleo e à valorização do dólar.
O resultado surpreendeu negativamente o mercado, especialmente devido ao prejuízo de R$ 17 bilhões registrado no último trimestre do ano.
Segundo Daniel Telles, da Valor Investimentos, o desempenho ficou abaixo das expectativas dos analistas.
Fatores que influenciaram o resultado
Além das questões cambiais e da queda no preço do petróleo Brent, referência para a Petrobras, a produção da empresa também sofreu uma redução de mais de 10% no último trimestre de 2023. Esses fatores combinados contribuíram para o resultado negativo no período.
A distribuição de dividendos ficou dentro do esperado, mas a ausência de previsão para dividendos extras, algo que o mercado costuma valorizar, pode impactar negativamente a percepção dos investidores.
As ações da Petrobras negociadas em Nova York (ADRs) já apresentavam queda de pouco mais de 1% após a divulgação dos resultados.
Perspectivas e desafios
Apesar do resultado negativo, especialistas alertam para a necessidade de cautela na análise, considerando que a Petrobras é uma empresa de grande porte e complexidade.
O governo atual tem orientado a companhia a retomar investimentos em setores anteriormente considerados não rentáveis, como refinarias e indústria naval.
Herédia ressaltou que ainda é cedo para avaliar o impacto dessas novas diretrizes nos resultados da empresa. No entanto, o cenário atual, marcado por queda na popularidade do governo, alta da inflação e juros elevados, pode levar a interpretações políticas desses números.
A Petrobras continua sendo uma peça fundamental na economia brasileira, e seus resultados são acompanhados de perto por investidores, analistas e pela sociedade em geral.
Os próximos trimestres serão cruciais para entender se a queda no lucro é uma tendência ou um evento isolado devido a fatores conjunturais do mercado global de petróleo.