Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Thais Herédia
    Blog

    Thais Herédia

    Passou pelos principais canais de jornalismo do país. Foi assessora de imprensa do Banco Central e do Grupo Carrefour. Eleita em 2023 a Jornalista Mais Admirada na categoria Economia do Jornalistas & Cia.

    Medo de contabilidade criativa nas contas públicas faz dólar disparar

    Real teve o pior desempenho do mundo frente à moeda americana

    A semana termina no mercado financeiro com uma piora brusca e inesperada dos ativos financeiros.

    O que disparou as perdas foi o medo de novas medidas consideradas “contabilidade criativa” nas contas públicas.

    O governo atrasou a entrega do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas nesta sexta-feira (20), prometendo os dados para início da noite, acionando gatilhos de proteção no mercado.

    Desde que a Lei de Responsabilidade Fiscal foi aprovada em maio de 2020, todos os órgãos envolvidos no preparo do Relatório sabem que o prazo para publicação é no máximo dia 22 dos meses de fechamento.

    O atraso na divulgação da 4ª edição do ano foi visto como um sintoma claro de dificuldade do governo fechar as contas e apresentar as soluções para cumprir a meta de déficit zero este ano.

    Quando saiu a notícia do atraso, o mercado começou a piorar imediatamente.

    Segundo gestores e economistas do mercado ouvidos pelo blog, a primeira leitura foi de que o bloqueio de gastos que o governo vai apresentar será menor do que todo mundo espera.

    “Daí o medo da contabilidade criativa”, disse um experiente executivo.

    A divulgação do relatório era esperada até as 19h, mas até a publicação desta nota não havia saído ainda.

    Fontes ouvidas pela coluna disseram que as equipes da Fazenda e do Planejamento ficaram divididas entre divulgar todos os dados já nesta sexta-feira ou liberar apenas alguns detalhes, como o valor do bloqueio.

    Os que defendem a liberação total querem dar ao mercado a chance de olhar bem os números durante o fim de semana e aguardar a coletiva na próxima segunda com mais informações.

    O pior desempenho da sexta-feira foi do dólar que subiu 1,78%, cotado aos R$ 5,52, devolvendo quase toda melhora provocada pela queda do juro nos Estados Unidos e alta da Selic aqui no Brasil.

    A curva de juros também sofreu forte ajuste nos contratos mais longos, com DIs com vencimento em 2028 passando de 12%.

    E o Ibovespa caiu 1,55%, quase perde os 133 mil pontos, na contramão das bolsas internacionais que fecharam mistas, mais próximas da estabilidade.

    Operadores relevantes do mercado brasileiro explicaram que a disparada do dólar foi provocada por forte procura por hedge dos investidores internacionais que voltaram a comprar ativos brasileiros com a expectativa de alta da taxa Selic, confirmada pelo BC esta semana. Os gestores locais também resolveram se proteger e não apareceu vendedor de dólar no mercado.

    Tópicos