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    Teo Cury
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    Teo Cury

    Explica o que está em jogo, descomplica o juridiquês e revela bastidores dos tribunais e da política em Brasília. Passou por Estadão, Veja e Poder360

    Rivaldo Barbosa escreve recado para a “eternidade” e diz que Ronnie Lessa mentiu em delação; veja

    Delegado escreveu mensagem à mão em um mandado de citação que lhe foi entregue por um oficial de Justiça na penitenciária federal em Brasília; ele nega conhecer irmãos Brazão

    O delegado Rivaldo Barbosa, réu pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, escreveu um novo recado à mão ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

    O ex-chefe da polícia do Rio de Janeiro afirmou na mensagem ao ministro que o ex-policial militar Ronnie Lessa mentiu em sua delação premiada, em que implica o delegado, e voltou a dizer que não conhece os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão.

    Rivaldo escreveu a nota na terça-feira (25). O recado foi escrito à mão em um mandado de citação que lhe foi entregue por um oficial de Justiça na penitenciária federal em Brasília.

    O documento, apresentado pessoalmente a ele por determinação de Moraes, comunica o delegado a respeito da decisão da Primeira Turma do STF, que aceitou a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e o tornou réu pelo assassinato da vereadora e do motorista.

    Recado de Rivaldo Barbosa foi escrito à mão
    Recado de Rivaldo Barbosa foi escrito à mão / CNN

    Leia a mensagem de Rivaldo Barbosa:

    “Aos Exmos Ministros e a Eternidade. 1) Eu nunca falei com esses outros denunciados; 2) O Inq 901/00266/ 19, possui provas técnicas da mentira do assassino da Ver. Mariele e Motorista Anderson; 3) O STJ há uma decisão que eu não participei da investigação”, diz o delegado. A mensagem foi mantida com a grafia original”.

    A decisão mencionada por Rivaldo foi o julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que negou, em maio de 2020, um pedido da PGR para federalizar a investigação do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.

    Os oito ministros da Terceira Seção do STJ concordaram que o caso deveria continuar na competência da Polícia Civil fluminense, do Ministério Público do Estado do Rio e da Justiça estadual.

    A ministra Laurita Vaz, relatora no STJ do pedido de federalização do caso, disse em um trecho de seu voto que o delegado Rivaldo Barbosa “nunca esteve à frente da investigação do caso Marielle.

    Tese

    Essa menção feita pela ministra em seu voto e que consta no acórdão do julgamento tem sido lembrada pelos advogados do delegado para embasar a tese de que ele não interferiu na apuração, apesar de chefiar a polícia do Rio.

    Em maio, Rivaldo Barbosa enviou pela primeira vez um recado a Moraes. Naquela ocasião, o delegado escreveu, também em uma intimação, que o ministro “por misericórdia”, fizesse os investigadores da Polícia Federal o ouvirem “pelo amor de Deus”.

    O pedido reforçava uma reclamação de seus advogados de que, a despeito de uma decisão do ministro, a Polícia Federal não havia marcado o depoimento do delegado, que está preso desde o final de março. Dias depois do recado, Moraes determinou que Rivaldo fosse ouvido.

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