Análise: Em anexo da denúncia, Gonet elogia PF para Alexandre de Moraes
Procurador-geral da República destaca "notável percuciência técnica" da investigação sobre tentativa de golpe de Estado
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou nesta terça-feira (18) uma denúncia de 270 páginas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 33 acusados por uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Em um documento adicional de quatro páginas enviado ao ministro Alexandre de Moraes, Gonet fez um elogio contundente ao trabalho da Polícia Federal na investigação do caso.
Segundo o procurador-geral, a PF conseguiu “desvendar fatos que surpreendem e abismam com notável percuciência técnica e inteligência investigativa”.
Gonet destacou ainda que o extenso relatório produzido pela polícia é de “louvável minúcia” e contém “exata indicação de fontes, provas e indícios altiloquentes”.
Neste documento, o nome de Jair Bolsonaro é mencionado mais de quinhentas vezes, evidenciando o papel central do ex-presidente nas alegações.
O procurador-geral enfatizou que a denúncia se fundamenta nas evidências coletadas pela PF, reforçando a solidez da acusação.
Essa abordagem visa blindar a Procuradoria de eventuais críticas, demonstrando que a denúncia está ancorada em uma investigação aprofundada e bem documentada.
No documento enviado ao STF, a PGR também solicitou a manutenção das medidas cautelares contra os denunciados, incluindo a apreensão do passaporte de Bolsonaro.
Além disso, pediu a preservação das cláusulas do acordo de colaboração premiada firmado com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Gonet indicou que os benefícios aplicáveis a Mauro Cid, em troca de sua colaboração, serão avaliados após a finalização da instrução processual.