PT avalia ceder liderança do governo para partido da base
Avaliação é de que nome de outro partido pode ajudar a melhorar relação com Planalto
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Integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) admitem ceder a liderança do governo na Câmara para um partido da base. A avaliação é de que nomes mais próximos ao centro podem ajudar o governo a ter menos dificuldade de interlocução e, consequentemente, mais tranquilidade para avançar com prioridades no Congresso.
A saída de José Guimarães para ocupar interinamente a presidência do PT deve abrir espaço para o movimento. Sob reserva, petistas citam um incômodo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com uma menção a Guimarães em áudios obtidos pela PF na investigação sobre supostos desvios de emendas no Ceará. O deputado nega envolvimento.
Atualmente, nomes mais à direita despontam como opção. Na bolsa de apostas, aparecem os deputados Isnaldo Bulhões (MDB-AL), também cotado para a Secretaria de Relações Institucionais, na reforma ministerial, e o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Anteriormente, o ex-ministro da Secom, Paulo Pimenta (PT-RS) também foi apontado como opção. O nome, porém, tem perdido força justamente pelo entendimento de que é preciso expandir a influência do governo sobre os partidos da base.
Para auxiliares de Lula, o deputado Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, seria uma boa opção. Marcos Pereira, no entanto, já sinalizou não estar disposto a entrar com os dois pés no governo.
“O governo não começou bem o ano de 2025. Precisa ser feito ajuste ou alguns ajustes na governabilidade e na condução da pauta econômica”, disse Pereira à CNN, em entrevista recente.
Não apenas o Republicanos, mas outras siglas da base, a exemplo do PSD de Gilberto Kassab e do PP, de Ciro Nogueira, tem feito críticas abertas ao governo, o que é visto como um alerta no Planalto para acomodar essas legendas em espaços mais significativos.