Planalto vê com alívio escolha de governista para “comandar” Orçamento
Próximo a Gleisi, Isnaldo Bulhões (MDB-AL) venceu queda de braço com União Brasil na disputa pelas comissões da Câmara dos Deputados
No Palácio do Planalto, ministros veem com alívio a escolha do deputado Isnaldo Bulhões (AL), líder do MDB, para ocupar a relatoria do orçamento neste ano.
Próximo à ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), e aliado do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), Bulhões é visto como um nome que pode melhorar a relação entre Executivo e Legislativo e impedir dificuldades na destinação de recursos a pedido do governo.
Como relator do orçamento, Isnaldo Bulhões terá o poder de alterar a destinação das indicações feitas pelo Executivo ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), uma previsão do orçamento para 2026.
Para fontes no Planalto, no entanto, a indicação de um parlamentar próximo ao governo para manejar o orçamento diminui a pressão sobre o cumprimento de acordos em ano eleitoral.
Antes cotado para ministro da SRI, e após ter rejeito virar líder de governo na Câmara, Bulhões poderá sair com o nome fortalecido no cenário eleitoral de Alagoas.
O destino de Bulhões nas urnas ainda não está definido, mas interlocutores citam a possibilidade de o deputado ser alçado à disputa ao Senado em uma chapa com Renan Calheiros (MDB-AL), que tentará a reeleição.
Para esses aliados, a indicação do deputado à relatoria coloca mais um ingrediente na briga entre os Calheiros e o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que vetou o nome de Bulhões na disputa pela sucessão da Câmara.
Lira tem buscado se posicionar como candidato da direita ao Senado, no próximo ano, o que depende de um cenário muito mais embolado e envolve o destino político do prefeito de Maceió. JHC tem dito que deve se candidatar ao governo, mas desperta desconfiança em Lira sobre optar, de última hora, pela vaga de senador, em uma dobradinha com Renan.
MDB x União
Ao assumir a relatoria, Isnaldo Bulhões vence uma queda de braço com o União Brasil, que ficará com o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e com a Educação, antes pleiteada pelo PT.