Motta tenta antecipar apoio de Lira e do PT por sucessão na Câmara
Elmar garante que estará na disputa a despeito de qualquer anúncio; Kassab observa à distância para atuar após eleições
O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) corre contra o tempo para garantir o apoio do PT na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. O cenário idealizado pelo parlamentar é um anúncio da legenda já na primeira semana de novembro.
Aliados entendem que a entrada antecipada do PT tem potencial para neutralizar a candidatura dos deputados Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antônio Brito (PSD-BA), que têm atuado juntos para tentar desbancar o candidato do Republicanos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabe que o partido dele pode ser o fiel da balança. Por isso, não quer se desgastar antes da hora. Logo, mantém a orientação para que os integrantes da sigla não se posicionem antes de janeiro.
Sob reserva, no entanto, petistas já negociam participação na mesa diretora e tentam garantir o comando de comissões relevantes.
Além do fator PT, Motta também quer garantir o quanto antes que o atual presidente da Casa Legislativa estará ao lado dele. A expectativa é de que Arthur Lira (PP-AL) confirme apoio ao líder do Republicanos nesta semana.
Elmar e Brito
Em desvantagem neste momento, Elmar e Brito correm por fora e têm se desdobrado para tentar evitar uma derrota antecipada. A ideia é sustentar a parceira até o último momento e, então, decidir quem tem mais chances.
Na sexta-feira (18), os dois contra-atacaram o movimento de Motta sobre o PT fazendo questão de participar de um ato de campanha do candidato do partido na disputa pela prefeitura de Fortaleza, Evandro Leitão.
Sobre o apoio de Arthur Lira, o buraco é mais fundo por conta de Elmar Nascimento. O parlamentar se sente traído. Havia quase uma certeza inicial de que esse apoio seria dele. Mesmo assim, Nascimento garante que não se abalará com a confirmação de que o ex-aliado estará do outro lado da disputa.
Há quem diga, no entanto, que o deputado ainda não descartou a possibilidade – mesmo que remota – de conversar com o ex-aliado para ajustar as pontas e ver o que acontece a partir daí.
“A certeza que tenho é que meu nome estará na urna [da Câmara] dia três de fevereiro’, disse Elmar à CNN.
Já a favor de Britto estão as eleições municipais. O segundo turno é visto pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, como uma carta na manga. O partido deve sair fortalecido das urnas e isso pode ser usado para viabilizar o nome da sigla.
Prova disso foi a resposta dada pelo político paulista ao presidente da Câmara em uma tentativa recente de contato para discutir sucessão. Lira queria encontrar pessoalmente. A resposta de Kassab foi curta: “só depois das eleições.”
Candidatos gastaram R$ 170 mi em impulsionamento nas redes sociais