Governo prepara ofensiva para atrair empreendedores e autônomos
Nova publicidade explicará medida sobre Pix e busca atrair eleitores capturados pela direita
O governo prepara, para os próximos dias, uma campanha publicitária que deverá explicar a medida provisória que veda a taxação do Pix. A MP foi publicada durante o anúncio de recuo da fiscalização de transações até R$ 5 mil por mês, após uma onda de fake news e desinformação de que o Pix passaria a ser taxado.
A campanha estará focado em empreendedores informais e autônomos — público mais atingido pela disseminação de noticias falsas sobre o assunto.
A reação negativa se deve, ainda, ao vídeo publicado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), com 324 milhões de visualizações. A ideia seria aproveitar do estrago provocado pela medida sobre o Pix para promover aproximação com esse público.
A dificuldade de diálogo com empreenderes acendeu alerta vermelho na esquerda, nas eleições municipais, quando a direita se mostrou mais apta a convencer esses eleitores.
Para um segundo momento, o governo deve investir na divulgação de projetos que dialogam com essa parcela da população, a exemplo do Acredita, que amplia o acesso ao crédito para diferentes setores da sociedade, principalmente pequenos empreendedores.
A ressalva sobre o desconhecimento do público em relação às ações foi feita pelo ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB).
Ele citou como exemplo o programa Cartão MEI, oferecido pelo Banco do Brasil, destinado ao microempreendedor individual com alguns benefícios. Atualmente, existem 15 milhões de microempreendedores no Brasil, segundo o IBGE.
A aliados, o ministro da Comunicação, Sidonio Palmeira, criticou a condução anterior do governo em assuntos que impactam essa parcela da população.
Para o novo ministro, o governo errou ao encabeçar o debate sobre a regulamentação de aplicativos sem medir a adesão a proposta antes de envia-la ao Congresso.
A medida está parada na Câmara dos Deputados e, assim como o Pix, foi alvo de fake news. Para os próximos meses, o governo se prepara para outro enfrentamento que diz respeito a criação de um novo imposto sindical.