Antes de anunciar o lançamento oficial de sua campanha à Presidência da República, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União-GO), telefonou para lideranças do partido para convidá-los ao evento.

A candidatura antecipada de Caiado tem causado desconforto em nomes de peso no União Brasil, que consideram um movimento estratégico ruim, diante do cenário político incerto para 2026.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), está entre os que rejeitaram o convite do governador para o ato.

O deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA) também não estará presente.

O deputado baiano é citado em investigações sobre o desvio de emendas parlamentares.

Para interlocutores próximos de Elmar, ao promover o evento na Bahia, Caiado acabará expondo, ainda mais, o partido implicado em inquéritos sobre as emendas.

O alerta teria chegado ao vice-presidente da legenda, ACM Neto, que recepcionará o governador de Goiás.

Já Antonio Rueda, presidente nacional do União Brasil, tem sido aconselhado a conversar com Caiado para demovê-lo da ideia de seguir com a candidatura.

Para essa ala resistente, não apenas falta muito tempo para a disputa, como mais adiante, seria impossível convencer o governador a desistir, caso a sigla decida por apoiar outro nome ainda no primeiro turno.

Para além da ala neutra do partido, o lançamento de Caiado ao Planalto preocupa ministros que temem serem prejudicados em uma reforma ministerial.

Celso Sabino, do Turismo, Juscelino Filho, de Comunicações, e Waldez Góes, da Integração Nacional, prometem atuar para manter o partido alinhado a Lula em 2026.