Após aceno de Gleisi, Haddad elogia discurso da nova ministra: “Muito bom”
Chefes da Secretaria de Relações Institucionais e do Ministério da Fazenda discutirão prioridades do governo em reunião ainda nesta semana
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), avaliou à CNN ter sido “muito bom” o discurso da ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), na cerimônia de posse do Palácio do Planalto.
Em sua fala, Gleisi fez menção a Haddad, quando se comprometeu a trabalhar para consolidar a pauta econômica no Congresso Nacional. A principal missão da nova ministra é intensificar a articulação política entre Executivo e Legislativo.
“Eu estarei aqui, ministro Fernando Haddad, para ajudar na consolidação das pautas econômicas desse governo, as pautas que você conduz e que estão colocando novamente o Brasil na rota do emprego, do crescimento e da renda”, disse.
A leitura de petistas é de que Gleisi levantou a bandeira branca a Haddad e quis passar o recado para fora de que entrará numa nova fase como ministra da SRI, com discurso mais unificado ao governo e menos radical.
O retorno de Gleisi ao Planalto é marcado por temores do governo de um desembarque do centrão nas votações no Congresso e de uma possível chapa para as eleições de 2026. A expectativa de Lula é que ela melhore justamente essa relação política e prepare alianças para o pleito do próximo ano.
A indicação de Gleisi causou desconforto em uma ala do PT ligada ao ministro da Fazenda, sob temor de que a nova articuladora política do governo dificultasse aprovação de projetos capitaneados por Haddad.
Na condição de presidente do PT, Gleisi fez críticas abertas à agenda econômica do governo. Em 2023, por exemplo, o partido publicou uma nota com ressalvas sobre o arcabouço fiscal.
Agora, a prioridade, segundo Gleisi, será a aprovação da isenção do Imposto de Renda para pessoas que recebem até R$ 5 mil.
À CNN, o ministro da Fazenda disse que a proposta deverá ser encaminhada ao Congresso ainda neste mês. O texto já está com o presidente Lula.
O governo quer que a isenção seja implementada a partir de 2026. A equipe econômica defende um projeto neutro, isto é, sem aumento nem perda de arrecadação.
Haddad e Gleisi devem se reunir ainda nesta semana para discutir, segundo o ministro da Fazenda, a agenda legislativa já “validada” pelo presidente Lula.