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    Tainá Falcão
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    Tainá Falcão

    Jornalista, poetisa, mulher nordestina, radicada em Brasília com passagem por SP. Curiosa. Bicho de TV. Informa sobre os bastidores do poder

    Análise: Kamala Harris e a gargalhada das mulheres que escancaram o machismo

    Se antes as críticas carregavam um toque de etarismo diante de gafes que minaram a possibilidade de reeleição de Biden, com Kamala Harris, a estratégia é outra

    Logo após a desistência de Joe Biden, a artilharia de opositores do atual presidente americano passou a mirar o nome sugerido para ocupar a disputa: Kamala Harris, mulher, negra, filha de imigrantes e dona de um extenso currículo de atuação na política e no Judiciário.

    Se antes as críticas carregavam um toque de etarismo diante de gafes que minaram a possibilidade de reeleição de Biden, com Kamala Harris, a estratégia é outra – mais conhecida e igualmente rasteira.

    Não sobram elementos para enaltecê-la e criticá-la pelo desempenho na Casa Branca. Aliás, pouco aprovado pelos eleitores, segundo pesquisas.

    Para ficar apenas em um exemplo controverso, pesa contra Kamala a atuação sobre o controle da imigração na fronteira com o México, que bateu recorde durante o período.

    Aos 59 anos, quase 20 a menos do que o ex-presidente Donald Trump, Kamala chega à disputa com um perfil enérgico, com a promessa de atrair o eleitorado jovem e revigorar os pontos fracos da campanha democrata.

    Justamente a desenvoltura de Harris causou, e de imediato, a repulsa em seus adversários.

    Não se trata do que ela pensa sobre aborto, casamento gay e imigração, para ficar nas pautas mais divergentes entre democratas e republicanos, mas sobre sua personalidade.

    O canal de notícias Fox News, por exemplo, decidiu produzir um compilado da vice-presidente às gargalhadas, em diferentes momentos de seu mandato.

    Ao exibir a montagem, o âncora, um homem, diga-se de passagem, afirma que “esse é um dos motivos pelos quais os eleitores parecem detestar Kamala Harris”.

    A posição do jornalista converge com o que pensa Donald Trump. O ex-presidente já se referiu à vice-presidente como “louca” e a apelidou de “Kamala risonha”.

    O vice de Trump, J.D. Vance, criticou Harris por não ter tido filhos em uma gravação de 2021, que voltou a circular recentemente.

    Quem é Kamala Harris, favorita para substituir Biden na corrida presidencial

    Kamala Harris respondeu aos ataques à altura, com uma graciosa gargalhada na abertura de sua primeira fala após a benção de Biden e, parece, aos poucos, desarmar os ataques de cunho machista do campo adversário.

    O mais recente discurso de Trump, nesta quarta-feira (24), na Carolina do Norte, mostra que a artilharia está em teste. Trump trocou o apelido de “risonha” por “mentirosa” e buscou associar Harris às derrotas do atual governo, apesar de ainda se referir à adversária como “louca”.

    Ao que parece, para opositores, o maior defeito de Kamala é justamente o que não pode nem deve ser corrigido: ser uma mulher em ascensão.

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