“O que adianta ficar brigando sobre assunto do passado?”, diz Moro à CNN sobre a Lava Jato
Moro foi absolvido por 5 votos a 2 no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), mas vai enfrentar o recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e vem tentando angariar apoios políticos
O senador Sergio Moro quer virar a página. Sob ameaça de cassação, ele afirmou à CNN que tem muito orgulho de tudo que fez na Lava Jato, mas que seu foco agora está nas pautas do presente.
“O que adianta ficar brigando sobre esse assunto do passado? Eu não fico subindo na tribuna e falando do triplex do Guarujá ou do sítio de Atibaia”, disse Moro à CNN.
“Tenho muito orgulho do que fizemos na Lava Jato, mas quero falar dos temas atuais: a lei das saidinhas, nossa oposição às pautas econômicas. Os temas que interessam ao país”.
Moro foi absolvido por 5 votos a 2 no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), mas vai enfrentar o recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e vem tentando angariar apoios políticos. Esteve recentemente com o ministro Gilmar Mendes, um dos maiores críticos da Lava Jato.
“Não fui pedir nada. Ele não tem participação no TSE. Fui conversar. Minha visão da política não é de amigo ou inimigo. Foi uma conversa dura, mas tudo que ele me falou teve resposta”, contou o senador.
Na terça-feira, o Conselho Nacional de Justiça marcou o julgamento do “pente fino” que fez na 13ª Vara de Curitiba e vai dar as conclusões sobre o que avalia serem as condutas de Moro e da juíza Gabriela Hardt.
No front político, pessoas próximas a Moro tentam convencer o ex-presidente Jair Bolsonaro a orientar o PL a não recorrer ao TSE. A avaliação é que, depois da exposição midiática do julgamento no Paraná, vai prejudicar os candidatos de oposição, já que Moro apoiou Bolsonaro na eleição e agora estaria sendo “traído” por ele.
O processo continuaria correndo, já que o PT certamente vai recorrer, mas um recuo do PL seria visto como um apoio político importante.