Com arrecadação em alta, articulação política ganha tempo para negociar com líderes
Governo conseguiu negociar “adiamento” da chamada sessão Congresso, que tranca a pauta
O aumento da arrecadação, que bateu recorde em janeiro, deu um respiro para a articulação política do governo. Na expectativa de mais receitas, o governo conseguiu negociar com os líderes dos partidos o “adiamento” da chamada sessão Congresso, que tranca a pauta.
Na noite de quinta-feira (22), durante o happy hour do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com líderes dos partidos, ficou acertado que a sessão só deve ocorrer depois da próxima reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO) marcada para 22 de março.
O objetivo é ter mais clareza nas projeções de receita para calibrar investimentos do Executivo e emendas parlamentares. Fontes do governo estão otimistas, porque a arrecadação vem surpreendendo positivamente, enquanto as projeções de PIB são revisadas para cima. Com isso acreditam que pode ser possível cumprir a meta de déficit zero.
A chamada sessão Congresso avalia os vetos do presidente e tranca a pauta quando é marcada. Segundo uma fonte da articulação política, a semana começou tensa no Congresso, mas desanuviou depois do happy hour de ontem, do qual participou também o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do encontro entre Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Em janeiro, a arrecadação bateu recorde, chegando a R$ 280,6 bilhões, alta de 6,6% em relação a janeiro do ano passado. O aumento foi impulsionado pela tributação dos super-ricos e pela reoneração dos combustíveis.