O conselheiro José Luciano Duarte Penido renunciou hoje (12) a sua cadeira no conselho de administração da Vale, alegando “interferência política” no processo de sucessão da empresa. Ele era representante dos minoritários.

“Apesar de respeitar decisões colegiadas, em minha opinião, o atual processo sucessório da Vale vem sendo conduzido de forma manipulada, não atende o melhor interesse da empresa e sofre evidência e nefasta influência política”, escreveu Penido em carta ao presidente do colegiado, Daniel Stieler, à qual a CNN teve acesso.

A Vale confirma a renúncia do conselho, mas não comenta os motivos. A reportagem tenta contato com Penido, que informou a pessoas próximas que não vai se pronunciar.

Recentemente, a Vale decidiu prorrogar o mandato do atual presidente, Eduardo Bartolomeo, até o fim do ano, enquanto uma empresa de headhunter escolhe nomes para sua sucessão.

Bartolomeo queria permanecer no cargo, mas suas pretensões foram brecadas pelo governo federal. Segundo apurou a reportagem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gostaria de colocar Guido Mantega no cargo. O governo nega.

Na sua carta de renúncia, Penido critica ainda “os conflitos de interesse de alguns acionistas” e os “vazamentos para a imprensa”.

“Não acredito mais na honestidade e no propósito de acionistas relevantes da companhia no objetivo de elevar a governança corporativa da Vale no padrão de corporation”, conclui.