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    Priscila Yazbek
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    Priscila Yazbek

    Correspondente em Nova York, Priscila é apaixonada por coberturas internacionais e econômicas — e por conectar ambas. Ganhou 11 prêmios de jornalismo

    Saiba quem é François Bayrou, novo primeiro-ministro da França

    Veterano da política francesa, o nomeado se torna o sexto premiê da França em sete anos, sendo o quarto no cargo apenas em 2024

    François Bayrou foi indicado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, nesta sexta-feira (13) para assumir o cargo de primeiro-ministro do país.

    Veterano da política francesa, aos 73 anos, ele se torna o sexto premiê da França em sete anos, sendo o quarto apenas em 2024.

    Filho de agricultores, Bayrou nasceu em 25 de maio de 1951 em Bordères, nos Pirineus Atlânticos, no sudoeste da França.

    O site de seu partido, o Movimento Democrático (MoDem), afirma que ele recebeu uma “educação rigorosa, mas aberta”, dos pais, de quem herdou “o espírito cívico, o senso de solidariedade e uma verdadeira curiosidade pela política”.

    O novo premiê iniciou sua trajetória política nos Pirineus Atlânticos, onde foi eleito para cargos da administração local e depois se tornou deputado. Em 2014, foi eleito prefeito de Pau, onde também foi eleito para um segundo mandato em 2020.

    Bayrou foi ministro da Educação entre 1993 e 1997, mas teve uma atuação tímida. Sua principal batalha no cargo foi a tentativa de aumentar o teto do valor dos subsídios para instituições de ensino privadas, mas não teve sucesso.

    Após divergências com partidos de direita convencionais, em 2007 fundou o MoDem, sigla de centro, pró-União Europeia, que apoia valores democráticos.

    Candidaturas à Presidência

    Bayrou concorreu à presidência da França em 2002, 2007 e 2012. Em 2017 desistiu de se candidatar pela quarta vez para apoiar a candidatura de Emmanuel Macron, ajudando a formar uma aliança entre o MoDem e o partido do presidente, então chamado de République en Marche!, agora Renascimento.

    O líder do MoDem se tornou ministro da Justiça de Macron em 2017 e seria um dos nomes fortes do governo, mas deixou o cargo 35 dias depois após enfrentar uma investigação sobre suposto uso indevido de fundos no Parlamento Europeu, levando à sua renúncia ao cargo.

    Em entrevistas recentes, Bayrou exclamou que é um defensor do centro e forte opositor da polarização entre esquerda e direita, que classifica como um “confronto estúpido”.

    O político também diz que a economia deve ser uma prioridade e a vitalidade econômica deve servir a um projeto social e republicano.

    Mas com o déficit na França projetado em 6,2% do PIB Este ano e um endividamento que deve chegar a 110% do PIB em 2025 – elevado para os parâmetros de países desenvolvidos – o novo primeiro-ministro terá um cenário desafiador à frente.

    A começar pela aprovação do Orçamento de 2025, que levou à queda do seu antecessor Michel Barnier.

    Expectativas para o cargo

    Depois de apenas três meses no cargo, Barnier sofreu uma moção de censura após tentar aprovar um orçamento, dispensando o aval do Parlamento, que previa um aumento de 20 bilhões de euros em arrecadação com a elevação de impostos, além de 40 bilhões em cortes de despesas.

    Macron aposta em Bayrou para tentar formar maioria na Assembleia, mas sua tarefa será árdua em meio à fragmentação política e a ascensão da ultradireita.

    Interlocutores próximos ao presidente dizem que o centrista é o único capaz de obter um acordo de não censura da esquerda e do Reunião Nacional, partido de ultradireita, liderado por Marine Le Pen.

    A expectativa tem razão de ser. Em fevereiro de 2022, Bayrou concedeu a assinatura de apoio necessária para oficializar a candidatura presidencial de Marine Le Pen.

    Na ocasião, ele pontuou que tomou a decisão para “salvar a democracia” em nome da pluralidade e afirmou que isso não representava um endosso político à líder de ultradireita.

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