CEOs de gigantes da tecnologia estarão em peso na posse de Trump
A soma das receitas de empresas presentes passa de US$ 1,6 trilhão e traz um tom inédito à cerimônia de inauguração da presidência dos Estados Unidos
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Presidentes de gigantes da tecnologia comparecerão em peso à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia 20 de janeiro, incluindo os três homens mais ricos do mundo: Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg.
O CEO da Apple, Tim Cook, também deve estar presente na cerimônia em Washington, assim como Sundar Pichai, da Alphabet, dona do Google.
A lista inclui ainda Show Zi Chew, do Tik Tok e Sam Altman, da OpenAi, a criadora do ChatGPT.
Confira a seguir alguns dos empresários que devem participar da posse de Donald Trump:
- Elon Musk – CEO da Tesla, SpaceX, X
- Jeff Bezos – fundador da Amazon e da Blue Origin
- Mark Zuckerberg – CEO da Meta
- Sam Altman – CEO da OpenAI
- Sundar Pichai – CEO do Google
- Shou Chew – CEO do TikTok
- Satya Nadella – CEO da Microsoft
- Tim Cook – CEO da Apple
Juntas, as empresas comandadas pelos CEOs acima somam uma receita anual de cerca de US$ 1,6 trilhão, o equivalente ao PIB da Austrália ou da Coreia do Sul. A fotografia sem precedentes de um dos palanques mais caros da história transmite diversas mensagens.
Alinhamento de CEO’s ao governo Trump
Ao convidar líderes empresariais, Trump quebra a tradição das cerimônias inaugurais nos Estados Unidos, que tradicionalmente são focadas no universo político, com a presença de líderes de governo, diplomatas, militares e cidadãos que têm uma importância histórica para o país.
O comparecimento em massa dos CEOs demonstra o alinhamento das empresas de tecnologia ao governo Trump. Alguns chegam a falar sobre a MAGAfização do setor, em referência ao slogan do presidente eleito “Make America Great Again”.
O magnata mais claramente alinhado a Trump é Elon Musk, que doou mais de US$ 260 milhões para a campanha do republicano.
O fundador da Tesla ficou cerca de US$ 136 bilhões mais rico desde a eleição do republicano, segundo Índice de Bilionários da Bloomberg. Se fosse um investimento, o retorno do capital aplicado por Musk em Trump teria sido de impressionantes 84.900%.
Musk, apelidado de “Primeiro-Amigo” da Casa Branca, ainda foi nomeado para liderar o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) dos EUA.
Mark Zuckerberg também tem feito esforços para se aproximar do novo governo.
Em 7 de janeiro, o CEO anunciou o fim da política de checagem de fatos, da Meta, dona do Instagram e do Facebook. Trump afirmou que a decisão foi “provavelmente” influenciada por suas ameaças anteriores à empresa e a Zuckerberg.
Proibição do Tik Tok nos EUA
O CEO do TikTok, Shou Zi Chew, estará em Washington em um momento crítico para a rede social chinesa nos EUA. A plataforma pode ser proibida de operar no país se não vender suas operações americanas até o dia 19 de janeiro, devido a preocupações com a segurança nacional.
Em dezembro, logo após as eleições, Chew se reuniu com Trump na sua residência em Mar-a-Lago para discutir o futuro do aplicativo. Durante a campanha, Trump sinalizou que estaria aberto a encontrar uma solução que permitisse ao TikTok continuar operando nos EUA, por reconhecer sua popularidade entre os eleitores mais jovens.
Um conselheiro de Trump disse à CNN que o novo presidente “quer um palco global” na sua segunda posse. A natureza livre dos convites de Trump deixou até seus assessores mais próximos confusos sobre quem recebeu ou não um convite.
O “beija-mãos” do Vale do Silício, historicamente alinhado aos democratas, é sintomático do momento atual.
Futuro das empresas em nova gestão republicana
Cada um dos CEOs presentes sabe que as decisões de Trump nos próximos quatro anos serão definidoras não apenas para os rumos de suas empresas, mas também para o futuro do mundo.
A presença dos titãs da tecnologia trará um tom inédito ao evento. Em vez dos comentários convencionais sobre forças políticas e figuras históricas, parte da atenção se voltará à fotografia do PIB reunido em frente ao Capitólio, em uma demonstração explícita da proximidade entre os interesses econômicos e políticos da nação mais rica do mundo.
As impressões geradas pelo palco montado por Trump devem ir das críticas sobre conflitos de interesse e o enfraquecimento democrático da posse aos elogios sobre o compromisso do novo presidente com a inovação e o crescimento econômico.
Falem bem ou mal, o “showman” Donald Trump retornará à Casa Branca criando seu espetáculo particular desde o momento em que as cortinas forem abertas.