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    Priscila Yazbek
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    Priscila Yazbek

    Correspondente em Paris, Priscila é apaixonada por coberturas internacionais e econômicas — e por conectar ambas. Ganhou 11 prêmios de jornalismo

    Agência da ONU para refugiados anuncia ajuda aos afetados pelas chuvas no RS

    ACNUR está distribuindo cobertores, colchões e kits de higiene; nos próximos dias, agência dará apoio na emissão de documentos para quem perdeu na enchente

    A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) anunciou, nesta sexta-feira (10), que está oferecendo apoio à população afetada pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

    Em comunicado, a agência afirmou que está trabalhando junto a entidades federais, estaduais, municipais e organizações parceiras no Brasil para “mitigar o impacto severo dos eventos climáticos extremos” que devastaram áreas do estado.

    A nota afirma que a ACNUR está distribuindo artigos de primeira necessidade, como cobertores e colchões e está avaliando outras necessidades locais.

    Itens como utensílios de cozinha, lâmpadas solares e kits de higiene também estão sendo enviados a partir dos estoques regionais da ACNUR e do estoque da agência no Norte do Brasil.

    O comunicado vem logo após uma nota divulgada na quarta-feira (8) pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, na qual ele disse que as equipes da ONU estavam de prontidão para ajudar o Brasil.

    No texto, ele disse estar “profundamente entristecido” pela perda de vidas e pelos danos no Rio Grande do Sul.

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    Nos próximos dias, a ACNUR também irá oferecer apoio para a emissão de documentos àqueles que perderam nas enchentes, para garantir que os refugiados e requerentes de asilo continuem a ter acesso a benefícios sociais e serviços públicos.

    “A agência também reforçará equipes locais de parceiros da sociedade civil para prestar apoio psicológico e responder aos casos mais vulneráveis, incluindo entre as comunidades de acolhimento”, afirma a ACNUR.

    A ACNUR também disse que está oferecendo apoio técnico para facilitar a comunicação com as comunidades afetadas, para que refugiados e migrantes tenham acesso na sua própria língua a informações oficiais sobre recomendações de proteção e riscos.

    De acordo com a agência da ONU, a população afetada pela tragédia inclui 41 mil refugiados e outras pessoas que precisam de proteção internacional, incluindo muitos venezuelanos e haitianos que vivem nas áreas afetadas, muitas das quais só podem ser acessadas por barcos neste momento.

    Segundo o governo federal, o estado do Rio Grande do Sul acolhe mais de 21 mil venezuelanos que foram realocados de Roraima, na fronteira norte do país com a Venezuela, desde abril de 2018.

    A ACNUR estima que serão necessários cerca de R$ 16 milhões para apoiar as necessidades mais urgentes da região, incluindo assistência financeira direta às pessoas afetadas e o fornecimento de artigos de ajuda essenciais.

    A agência lembra que mais de 85% do território do Rio Grande do Sul foi atingido pelas inundações, com cerca de 68 mil pessoas forçadas a viver em abrigos adaptados.

    A ACNUR afirma ainda que eventos climáticos extremos no Brasil têm sido frequentes e mais devastadores nos últimos anos, incluindo secas na região amazônica e chuvas intensas nos estados da Bahia e do Acre.

    A agência diz que tem respondido a esses eventos, que “afetam desproporcionalmente os refugiados e outras pessoas que solicitam proteção internacional”.

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    De acordo com a entidade, o financiamento para enfrentar os impactos das alterações climáticas não é suficiente para responder às necessidades das pessoas deslocadas à força, que com os choques relacionados ao clima enfrentam um risco adicional de novos deslocamentos.

    Em Abril de 2024, a ACNUR lançou o seu primeiro Fundo de Resiliência Climática para reforçar a necessidade de aumentar a resiliência dos refugiados, diante da crescente intensidade dos fenômenos meteorológicos extremos.

    A agência disponibilizou uma página internet com informações sobre como contribuir com as ações de mitigação dos impactos das enchentes no Sul do Brasil.