Restrição de armas de fogo ganha apoio de governadores do Nordeste
Decreto do governo Lula teve reações negativas de governadores do Sul e do Sudeste
O decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que restringe o uso de armas por policiais em abordagens ganhou apoios importantes neste fim de ano.
Praticamente ao mesmo tempo, governadores de estados do Nordeste e sete ex-ministros da Justiça se mostraram favoráveis à decisão do governo que regula o uso dos equipamentos por forças policiais.
As opiniões vão na contramão de governadores de estados do Sul e do Sudeste, que pediram a suspensão do decreto.
“A resistência ao decreto tem natureza ideológica. A polícia só ganha com isso. As pessoas de bem não podem ter medo da polícia devido ao uso desmedido ilegítimo da força”, disse à CNN o ex-ministro da Justiça Aloysio Nunes Ferreira, que atuou no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Além de Ferreira, outros seis ex-ministros da Justiça produziram um manifesto em apoio ao decreto:
- José Eduardo Cardozo (governo Dilma Rousseff)
- Luiz Paulo Barreto (governo Luiz Inácio Lula da Silva)
- Tarso Genro (governo Luiz Inácio Lula da Silva)
- Nelson Jobim (governo Fernando Henrique Cardoso)
- Miguel Reale Júnior (governo Fernando Henrique Cardoso)
- Raul Jungmann (ministro da Segurança Pública no governo Michel Temer)
Para eles, as reações contrárias ao decreto podem ser fruto de embates políticos ou de desconhecimento do texto.
Já do lado dos governadores que compõe o Consórcio Nordeste, uma nota publicada no último domingo (29) diz que o decreto de Lula “não altera a autonomia dos Estados nem as normativas já estabelecidas”.