Petista aliado da família Brazão mantém prestígio com Lula e na sigla
Prefeito de Maricá e vice-presidente do PT, Washington Quaquá foi alvo de críticas no partido por defender irmãos apontados como mandantes do assassinato de Marielle Franco


Reeleito prefeito de Maricá (RJ) no ano passado e vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá foi criticado por petistas por defender publicamente os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, acusados de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), e por pregar a anistia para os “incautos” envolvidos nos eventos do 8 de Janeiro. Apesar disso, o dirigente mantém prestígio com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e influência na sigla.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, acionou o Conselho de Ética do partido contra o prefeito, enquanto correntes da esquerda petista pediram a substituição dele na executiva partidária e até sua expulsão.
No ano passado, a publicação de uma foto nas redes sociais de Quaquá ao lado dos familiares dos Brazão – que ele diz terem sido presos injustamente – causou forte reação interna e foi criticada até pela primeira-dama, Janja da Silva.
“O PT nunca defendeu a condenação de alguém sem provas”, disse Quaquá à CNN.
Recentemente, o prefeito de Maricá foi recebido por Lula no Palácio do Planalto e disse nas redes sociais que passou “a tarde e a noite conversando” com o presidente.
No tabuleiro petista, até os adversários e críticos admitem que Quaquá deve sair do Processo de Eleição Direta (PED) como a maior liderança do partido no Rio de Janeiro, o que deve lhe garantir mais um mandato como vice-presidente nacional.
“Nós fomos quem mais cresceu (em filiações) no PT nacionalmente”, disse Quaquá. Sobre as críticas relativas à explosão de filiações em Maricá e região, o prefeito desdenha. “Quem diz isso não enche uma Kombi.”