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    Pedro Venceslau
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    Pedro Venceslau

    Pós-graduado em política e relações internacionais, foi colunista de política do jornal Brasil Econômico, repórter de política do Estadão e comentarista da Rádio Eldorado

    Julgamento da ADPF das Favelas mobiliza moradores da Maré e governo do Rio

    Julgamento sobre operações policiais começou com ação civil pública da favela

    O julgamento do mérito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 635 (a “ADPF das Favelas”) no Supremo Tribunal Federal (STF) mobilizou moradores da favela da Maré e a cúpula da segurança pública do Rio de Janeiro, que se deslocaram para Brasília nesta quarta-feira (5).

    Enquanto os moradores da comunidade acompanham o julgamento por um telão, familiares de vítimas de ações policiais participam de atos em defesa da manutenção da ADPF em Brasília.

    A arguição apresentada pelo PSB foi acolhida pelo ministro Edson Fachin em 2020. É inspirada em uma ação civil pública da ONG Redes da Maré, comunidade que reúne 15 favelas e 140 mil moradores no Rio de Janeiro.

    Segundo um levantamento da entidade enviado à CNN, em 2024 foram feitas 42 operações policiais na Maré, sendo registradas 20 mortes.

    Ainda segundo a ONG, em apenas 5 operações houve uso de ambulância e só em 9 os policiais utilizaram câmeras corporais.

    Procurada, a assessoria da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro disse que desconhece os dados, não conhece a metodologia usada pela ONG e afirmou que em todas as operações são usadas ambulâncias e câmeras corporais.

    “Há uma pressão muito forte dos gestores de segurança pública contra a ADPF. Eles não têm abertura para olhar por outra perspectiva”, disse Eliana Souza, diretora das Redes da Maré à CNN.

    “Efeitos colaterais”

    Para reforçar o movimento contra a ADPF, o governador Cláudio Castro (PL) cumpre agenda oficial em Brasília nesta quarta-feira acompanhado da cúpula da segurança pública. Ele participa de três reuniões com autoridades federais.

    “Não tenho dúvida que não é a intenção do ministro Fachin, mas o Rio está sofrendo efeitos colaterais gravíssimos da ADPF. Alguns conceitos precisam ser derrubados. É preciso tirar da ADPF as barreiras da atuação policial”, disse o governador em um vídeo enviado aos jornalistas.

    O primeiro compromisso de Cláudio Castro em Brasília será uma reunião com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. No fim do dia, o governador participa de uma reunião com o secretário nacional de Segurança Pública, Mario Luiz Sarrubbo, e o diretor de Operações Integradas e de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Rodney da Silva, para debater “estratégias de segurança para o estado”.

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