A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de vetar o trecho da lei das “saidinhas” que restringe a liberação de presos em feriados e datas comemorativas para visitar a família é o prenúncio uma nova crise para o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Segundo fontes próximas ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o veto é uma demonstração da desarticulação política do governo, que não se posicionou durante a tramitação do projeto e agora tem que arcar com ônus do veto.

Deputados de oposição, Centrão e até governistas avaliam que a derrubada do veto está consolidada no Congresso.

A decisão do presidente foi uma sinalização tardia para o campo progressista e um sinal de deferência ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que foi coerente com sua posição histórica sobre o tema.

Procurado, Padilha não quis se manifestar. Mas pessoas próximas ao ministro admitem que sempre souberam que era grande a chance de cair o veto, e lembram que o próprio Ministério da Justiça só entrou em campo agora, na hora do veto.