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    Pedro Venceslau
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    Pedro Venceslau

    Pós-graduado em política e relações internacionais, foi colunista de política do jornal Brasil Econômico, repórter de política do Estadão e comentarista da Rádio Eldorado

    Análise: Perseguição política será a principal narrativa dos bolsonaristas

    A discordância do ministro Luiz Fux em relação à decisão majoritária do STF de tornar réu o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de plano de golpe acaba por alimentar o discurso de seus apoiadores

    A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de tornar Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados réus na denúncia de tentativa de golpe de Estado era esperada por grupos bolsonaristas, que agora pretendem intensificar a narrativa de “perseguição política” para angariar mais apoio dentro do Congresso Nacional.

    Advogados, deputados e lideranças bolsonaristas nas redes sociais já estavam preparados para essa decisão. A estratégia de comunicação vem sendo construída desde o início do julgamento, com o objetivo de ampliar o rol de apoio no Legislativo.

    Dissidência no STF fortalece discurso

    A discordância do ministro Luiz Fux em relação à decisão majoritária do STF acaba por alimentar o discurso dos bolsonaristas. Eles pretendem utilizar esse voto divergente para fortalecer o projeto de anistia no Congresso Nacional.

    Enquanto isso, a esquerda e os governistas seguem caminho oposto. A aposta é que a ampla repercussão do julgamento na televisão e nas redes sociais coloque os bolsonaristas e a oposição na defensiva.

    Estratégia de defesa nas redes sociais

    Nas redes sociais, os apoiadores de Bolsonaro estão utilizando trechos dos discursos dos advogados de defesa para embasar sua estratégia de comunicação. Entre os pontos questionados estão a isenção do ministro Alexandre de Moraes, o fato do julgamento ocorrer na Primeira Turma e não no plenário, e a delação do Mauro Cid.

    Os bolsonaristas também citam falas de ministros como Cristiano Zanin e Fux, que expressaram reservas quanto às delações. A menção a um suposto áudio vazado, no qual o delator teria dito que foi coagido, também faz parte da narrativa de defesa nas redes sociais.

    A expectativa dos governistas é que, a partir desse momento, haja uma “virada de chave” que deixará o campo político oposto na defensiva, permitindo que o governo entre numa fase de agendas positivas, com entregas e um noticiário persistente sobre o julgamento de Bolsonaro.

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