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    Pedro Venceslau
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    Pedro Venceslau

    Pós-graduado em política e relações internacionais, foi colunista de política do jornal Brasil Econômico, repórter de política do Estadão e comentarista da Rádio Eldorado

    Análise: Em cenário de alta rejeição a Lula, direita já tem sete nomes para disputar 2026

    Datafolha aponta reprovação de 41% ao governo Lula, abrindo espaço para candidaturas de oposição e dificultando alianças fora da esquerda

    A recente pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta sexta (14), que revela uma reprovação de 41% ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem gerado impactos significativos no cenário político brasileiro. Em meio a esse cenário de alta rejeição, a direita já conta com sete nomes de potenciais candidatos para a disputa presidencial de 2026.

    Entre os pré-candidatos estão figuras como Pablo Marçal (PRTB), o cantor Gusttavo Lima, os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil), Romeu Zema (Novo), Eduardo Leite (PSDB) e Ratinho Junior (PSD) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) (que ainda não definiu seu representante). Esta proliferação de nomes indica uma movimentação intensa no campo da oposição, buscando capitalizar a insatisfação com o atual governo.

    A queda na popularidade do presidente Lula ocorre em um momento crítico, quando o governo negocia uma reforma ministerial visando ampliar sua base de apoio no Congresso.

    Os partidos do Centrão estão dispostos a participar do governo, mas com uma perspectiva de “contrato de curto prazo”, sem compromissos para 2026.

    O presidente do PSDB, Marconi Perillo, avalia que a pesquisa “mostra a corrosiva deterioração do governo” e reforça a possibilidade de uma candidatura presidencial de centro.

    Esta percepção dificulta os planos de Lula de construir alianças fora da bolha da esquerda para as próximas eleições.

    DESAFIO DO GOVERNO LULA

    Com uma popularidade inferior à que tinha em 2005, durante o escândalo do “mensalão”, o governo Lula enfrenta o desafio de reorganizar sua estratégia. Fontes do Palácio do Planalto admitem que os números superaram até as expectativas mais pessimistas.

    Para reverter este cenário, especialistas apontam que não bastará apenas reembalar políticas ou aprimorar a comunicação nas redes sociais.

    É necessária uma reorganização governamental mais profunda, incluindo uma retomada da prática de Lula de manter contato próximo com parlamentares por meio de encontros informais e “happy hours”, algo que foi prometido, mas não se concretizou com a frequência esperada.

    A reforma ministerial, prevista para após o Carnaval, já começa sob o impacto destes números desfavoráveis, indicando que o governo terá que trabalhar intensamente para recuperar o apoio popular e fortalecer sua base no Congresso nos próximos meses.

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