O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) tentou criar um fato político ao anunciar o apoio do PMB à sua candidatura.

A ideia, segundo integrantes da pré-campanha, era mostrar “amplitude” e conexões além do campo da esquerda, campo no qual está circunscrito, até agora, em um palanque do nome ungido pelo presidente Lula.

Sem representantes no Congresso ou militância de base, o PMB não vai agregar nem um segundo de tempo de TV ao horário eleitoral do candidato.

Apesar do nome, o partido não tem um histórico de atuação na causa feminista, flertou com o bolsonarismo e tem entre os seus filiados o ex-ministro da Educação de Jair Bolsonaro (PL), Abraham Weintraub, que chegou a se colocar como pré-candidato a prefeito.

Boulos e seu principal adversário, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), disputam o mote de frente ampla com narrativas diferentes.

Para o emedebista, que conta com o apoio de 10 partidos, ampliar o espectro ajuda a diluir o bolsonarismo (e sua rejeição) e a blindar o candidato da polarização.

Para o psolista, que tem agora sete partidos ao seu lado, sendo seis de esquerda, a frente ampla é a reedição do rótulo que reuniu o antibolsonarismo ao redor de Lula em 2022.

“O apoio do PMB mostra a amplitude da aliança em torno de Guilherme Boulos. Não estamos preocupados com tempo de TV, ao contrário do prefeito que está fazendo leilão da vaga de vice, mas com a possibilidade de dialogar com diferentes setores da sociedade”, disse à CNN Josué Rocha, um dos coordenadores da pré-campanha de Boulos.