Análise: Andrei e Moraes esvaziam tese de “lobo solitário”
Aliados do ex-presidente tentam evitar que atentado contamine projeto de anistia aos envolvidos nos ataques do 8/1
As declarações do diretor geral da Polícia Federal (PF), Andrei Meirelles, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, conectando o atentado na Praça dos Três Poderes a ação de grupos extremistas esvaziou a narrativa da oposição, de que o atentado foi um ato isolado de um “lobo solitário”.
Em entrevista coletiva, o diretor geral da PF, Andrei Rodrigues, disse que o episódio tem relação direta com o 8/1 e a ação de grupos extremistas. Já Alexandre de Moraes disse que “criminoso anistiado é criminoso impune”.
Deputados de oposição ouvidos pela CNN admitiram que o episódio deve prejudicar o movimento pela anistia aos envolvidos nos ataques do início do ano passado.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) escreveu no X que lamenta e repudia todo e qualquer ato de violência, mas circunscreveu o ataque a um “fato isolado”.
“Ao que tudo indica causado por perturbações na saúde mental da pessoa”, escreveu Bolsonaro.
Essa narrativa foi replicada por bolsonaristas.
“(O atentado) prejudica a anistia, mas ele (o autor do atentado) era um lobo solitário de terceira via que perdeu todas as esperanças na política. As postagens dele criticavam Bolsonaro e Lula. Foi um caso isolado”, disse a deputada Carla Zambelli (PL-SP) à CNN.